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Enviada em: 04/05/2019

Na obra cinematográfica “Hooligans” um dos personagens da trama é Matt Bruckner, estudante americano que após ser expulso de Harvard, segue para Londres e se envolve com um grupo de torcedores fanáticos. Nesse ambiente, sentimentos de alienação e difusão de discursos de ódio o personagem se sente acolhido e passa a praticar barbáries junto a firma (gangue). Fora desse âmbito, a realidade não difere da ficção, pois, no Brasil a violência nos esportes, dentro e fora dos estádios é tema atual. Assim, é mister verificar as causas e consequências desse comportamento para um combate efetivo a essas práticas execráveis.           Primeiramente, as causas dos surtos de agressividade tem raízes históricas. O futebol, originou-se no séc. XIII, na terra da rainha durante a Idade Média. A princípio, com o uso de uma bexiga de porco inflada e os aldeões já brigavam entre si, visto que as disputas se davam para solucionar conflitos de interesses. Com o avanço das transformações sociais e a ascensão do Capitalismo, a ideologia maniqueísta ganhou força reduzindo todo o comportamento humano, social e religioso a se manter em posições antagônicas irreconciliáveis. Essa dualidade de extremos entre bem e mal, contribuí negativamente na formação psicológica do indivíduo já que só existe um único time bom e que este é o que deve ser enaltecido apenas. Dessa maneira, para grupos radicais não há espaço para a representatividade de outros times, por vezes até de outras torcidas dentro do mesmo time.           Nesse contexto, conforme reverbera Jean-Paul Sartre: “A violência seja qual for a maneira como ela se manifesta é sempre uma derrota”. Logo, a apatia alcançou as arquibancadas e levou ao progressivo esvaziamento dos estádios. Isso se deve ao escalada do medo que se instaurou devido aos constantes episódios de selvageria tanto nos campos quanto fora deles onde os protagonistas geralmente são arruaceiros, quando não, são alguns membros de torcidas organizadas. Some-se a isso, as ações promovidas pelo Ministério Público como o de São Paulo que optou pela restrição de partidas com torcida única para evitar o confronto entre as torcidas.           Por fim, medidas devem ser tomadas a fim de mitigar os impactos causados pela violência nos desportos. Desse modo, a família deve dar atenção na formação psicológica na infância, não incitando extremismos, por meio de atividades lúdicas que mostrem a importância da diversão sem cobranças na prática de esportes, bem como o repeito ao adversário que deve ser visto como igual e merecedor de respeito. Além disso, a Secretaria de Segurança pública dos Estados deve reforçar a segurança em eventos desportivos,  por meio do credenciamento de torcedores, afastando os baderneiros a fim de garantir o retorno dos verdadeiros torcedores uma vez que são dignos de diversão e entretenimento.