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Enviada em: 05/05/2019

Helen Keller, escritora e ativista social norte-americana, retrata que o resultado mais sublime da educação é a tolerância. Entretanto, no Brasil, a questão da violência no esporte, sobretudo em estádios, é um problema social, visto que é um reflexo da cultura da agressividade. Nesse sentido, a valorização do sentimentalismo aos times, aliado à carência de políticas públicas são uma das causas que impedem a resolução desse impasse.       Convém ressaltar, de início, que o sentimentalismo imposto, na maioria dos casos pela mídia, incita, infelizmente, a rivalidade entre torcidas. Sobre essa perspectiva, muitos torcedores, para manter o “status“ do seu time, tomam atitudes antiéticas, como: agressões físicas e psicológicas, promovendo racismo, homofobia. De acordo com dados divulgados pelo site de notícias El País, em 2017, foram registrados mais de 100 episódios violentos, que resultaram em 11 mortes de torcedores. Logo, a condição de vulnerabilidade é inegável e uma grande parcela da população está à mercê de pessoas predispostas a atos de brutalidades.       Além disso, a cultura da violência torna-se protagonista desse cenário, visto que não há políticas públicas eficientes para solucionar essas ações. Tal fato é potencializado, segundo Bernardo de Holanda, pesquisador e professor de ciências sociais da Fundação Getúlio Vargas, existe a via de repressão e a da prevenção, uma vez que não equilibradas têm-se um efeito colateral, acirrando tensão entre torcidas e a polícia. Com efeito, o sistema de monitoramento e segurança é ineficiente e afeta o processo de inclusão social pois afasta dos estádios das pessoas, sobretudo deficientes, que, em teoria, deveriam ir a locais de socialização e lazer.        Infere-se, portanto, que medidas são necessárias para atenuar esse quesito. Para tal, cabe ao Ministério da Justiça, em parceria com os clubes de futebol, implementar medidas de segurança, como: o aumento de agentes das milícias, a criação do cadastramento por biometria, além de punições mais rígidas, tal como prisões e suspensões de partidas, tendo como intuito a garantia de maior segurança social. Além disso, cabe a mídia salientar a importância de reconhecer a vitória do adversário, para então, promover uma maior tolerância e evitar mais episódios de intolerância. Por conseguinte, espera -se aumentar o campo de visão do tecido social brasileiro e fazer o futebol retomar a ser uma atividade sem violência e com apreciadores educados e, como consequência, tolerantes, como afirma Helen Keller.