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Enviada em: 04/05/2019

"Domingos eu vou pro Maracanã. Vou torcer pro time. Time que eu sou fã. Mas começa uma briga depois do portão de entrada. Raça, Fla e Força Jovem destruindo a arquibancada...". Na música, "O Rap das Torcidas" de Gabriel O Pensador, é possível evidenciar, logo na primeira estrofe, a violência presente no esporte brasileiro, principalmente no futebol. Diante disso, vandalismos, agressões, pisoteamentos e arrastões difundem-se sem encontrar a necessária orientação da ética e da educação no processo de socialização dos indivíduos.       Primeiramente, pode-se associar a ética ao esporte na medida em que as práticas comportamentais são refletidas na convivência com o outro. A ética esportiva está relacionada diretamente às condutas que demonstram respeito ao esporte e aos adversários. Porém, na realidade, é ignorado qualquer ato de alteridade e a criação das torcidas organizadas mascaram, por meio da "defesa" do time e da camisa, facções e contrabandos de drogas e de armas, que são projetados nos estádios através de brigas, furtos e até mesmo pelas mortes.       Outrossim, quando o filósofo Paulo Freire salienta a importância de as escolas se atentarem para as transformações sociais, destaca a relevância de esses espaços não se diferenciarem enquanto lugar diverso da comunidade a que pertencem. Contrariamente a tal lógica, a educação brasileira frequentemente não acompanha a realidade dos dicentes, o que dificulta a correta socialização dos jovens frente à uma sociedade marginalizada. Esse cenário pode ser ilustrado pela violência nos estádios, onde os jovens são os principais protagonistas.       Portanto, a fim de transformar o campo de futebol e suas arquibancadas em um lugar de lazer e cultura por meio da interação social baseada no respeito e na educação dos indivíduos, o Supremo Tribunal de Justiça Desportiva juntamente com o Ministério da Educação deve, a curto prazo, adotar medidas de monitoramento e segurança nos estádios com o uso de câmeras de alta tecnologia e militantes antes, durante e depois dos jogos, com o intuito de impedir rivalidades. Além disso, deve a longo prazo, incluir em séries de Ensino Fundamental disciplinas introdutórias a noções de Direito, Filosofia e Sociologia, ludicamente adaptadas às faixas etárias e à realidade dos alunos, proporcionando condições de crescimento ético e humanitário eficaz.