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Enviada em: 02/05/2019

A partir do conceito de Contrato Social, Thomas Hobbes defende que a natureza humana tende à maldade, o que pode prejudicar o próprio indivíduo. Análogo a isso, esse pensamento filosófico de malevolência humana tem se reverberado no panorama atual, no que concerne causas e consequências preocupantes acerca da violência no esporte brasileiro. Nessa perspectiva, não há dúvidas da omissão estatal, bem como atos violentos por uma parcela dos torcedores como contribuidores desse impasse na esfera social do país.   Em primeira análise, constata-se que apesar de atributos legais como a Constituição Federal, ratificar em seu artigo 5, integridade física e moral a todos os cidadãos, esse aparato encontra-se deturpado. Uma prova disso, é expressa em estádios brasileiros com segurança irregular devido ínfimos investimentos governamentais nesses setores, o qual corrobora em ineficácia na proteção aos torcedores e jogadores, consequentemente, com aumento de comportamentos violentos nesses espaços esportivos. Assim, torna-se um martírio acompanhar realizações de jogos e entidades recreativas no Brasil.   Outrossim, além da falta de artifício do Poder Público, esse impasse auxilia nas inúmeras atitudes transgressoras ocorridas em ambientes desportivos no país. Nesse sentido, aumento de ameaças entre torcidas rivais, vandalismos e até mesmo o bullying no esporte se intensificam, o qual desencadeia até mesmo em agressões que levam a morte. Por consequência, esses fatores reforçam os mais de 100 casos violentos correlacionados ao esporte em 2017 ocorridos em âmbito brasileiro, que foram levantados pela Pesquisa de Mestrado da Universo. Dessa forma, esses comportamentos agressivos atestam a falta de respeito e alteridade o que confirma o pensamento hobbesiano de maldade.   Evidencia-se, portanto, significativas dificuldades correlacionadas a violência no esporte brasileiro. Por conseguinte, o Estado, em consonância ao Ministério da Segurança Pública, órgão que coordena a seguridade do país, deve promover batalhões equipados e treinados da Polícia Federal para compor locais como estádios com intenso fluxo de pessoas, para revistá-los e manter o ordenamento dos eventos esportivos a fim de atenuar maiores números de delitos e garantir o que a Constituição prevê. Além disso, o Ministério da Educação, em parceria às escolas em geral, deve dinamizar debates nas aulas de Educação Física com auxílio psicológico sobre esporte, diferenças de gostos e como o respeito é parte integradora desse meio, para que assim evite perpetuação da maldade exposta por Thomas Hobbes no corpo civil do Brasil.