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Enviada em: 08/05/2019

Promulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos garante a todos o direito à segurança e ao bem-estar social. Contudo, a violência recorrente no esporte brasileiro - causado pelo sentimento competitivo exacerbado, assim como atos de vandalismo de torcidas organizadas - impossibilita que parte da população usufrua desse direito universal na prática. Nesse sentido, é necessário que subterfúgios sejam encontrados a fim de amenizar o impasse.       A princípio, é importante destacar que grande parte dos torcedores, principalmente de futebol, enxergam esse esporte como uma parcela significativa de sua própria vida. Isso gera um sentimento veemente de competição e integração à torcida, uma vez que os consumidores desse tipo de entretenimento passam a vê-lo não só como uma forma de diversão, mas também de identidade - muitas vezes atrelado à própria biografia. Outrossim, segundo a revista El País, o ano de 2017 foi marcado por 11 mortes e 104 episódios violentos relacionados ao futebol. Esses dados são no mínimo preocupantes e denotam a perda da razão dos admiradores em relação às competições.       Ademais, vale salientar a formação e atos de vandalismo de torcidas organizadas como impulsionadores do problema. Tais grupos são constituídos a partir de indivíduos que convergem quanto à expectativa de que certo time seja vencedor e estão dispostos a praticar qualquer tipo de manifestação para externar seu amor ao clube. Dessa forma, são geradas tensões que muitas vezes têm por finalidade mortes ou violência generalizada. Assim, é preciso combater severamente qualquer indício desse problema, sob a ótica filosófica do francês Jean-Paul Sartre, na qual afirma que toda manifestação de violência - seja qual for o motivo - é sempre uma derrota.       Infere-se, portanto, que medidas sejam tomadas para resolver a inercial problemática. Nesse sentido, é imprescindível que clubes renomados de futebol - como o Flamengo, Fluminense e Vasco - veiculem mensagens aos seus torcedores, repudiando qualquer ato violento e fomentando uma competição saudável, mediante parcerias com mídias de alta visualização. Tal medida visa promover a paz entre torcidas e amenizar episódios violentos no esporte. Ademais, urge que o Ministério da Justiça e Segurança Pública desfaça qualquer formação de torcidas organizadas nos estádios, mediante reforço policial nesses locais. Dessa forma, a violência no esporte brasileiro poderá ser amenizada, contribuindo para que a segurança do indivíduo - prevista desde 1948 pela ONU - possa acontecer.