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Enviada em: 12/04/2019

No filme “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” Georgette, empregada na tabacaria, apresenta ao espectador o hábito de sempre tomar alguma medicação para manchas ou inalar algum pó para qualquer problema inexistente, dessa forma a personagem revela-se hipocondríaca. Na contemporaneidade, com a democratização do acesso à internet e o aumento infundado da preocupação sobre sintomatologia, surgiu uma vertente da Hipocondria, a Cibercondria, doença que consiste em pesquisar na Web sintomas relacionados à saúde, que leva o indivíduo a substituição da consulta médica por conclusões ilusórias, infundadas e a automedicação, entre outros problemas.         Primordialmente, e não ábdito da ficção, a procura de sintomas na internet constitui uma problemática da era digital evidenciando a cibercondria como uma psicopatologia do autodiagnostico e uma consequência da ausência de equidade do acesso à saúde. Esse hábito acarreta na equivocada interpretação de exames, conclusão precipitada de doenças, mudança de tratamento já receitado ou seguir tratamentos alternativos, e a automedicação, de maneira que instaura um perigo condicional à saúde o indivíduo.     Ademais, a automedicação é praticada por 79% dos brasileiros, dados revelados pelo ICTQ (Instituto de Pôs Graduação para Profissionais do Mercado Farmacêutico), que reafirmam esse comportamento como resultado da falta de assistência médica, bem como a facilidade do acesso a medicação e seu consumo, geralmente promovido por propagandas televisivas, a automedicação configura-se como um risco categórico que exige solução.    Portanto, é mister que o Estado tome providências para superar o desafio e melhorar o quadro atual. Para isso, urge que o Ministério da Saúde insira a psicoeducação no âmbito escolar, acadêmico e em UBSs, por meio de palestras, informativos, e alertas televisivos sobre o problema e seus riscos. De forma análoga cabe a Conar exercer controle de propagandas de medicamentos pelos meios de comunicação salientando a importância da consulta de um agente da saúde de forma a evitar problemas advindos da cibercondria e automedicação. Dessa forma, com cidadãos conscientes viabilizar a superação do desafio evitando comportamentos de risco como a Georgette de o “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”.