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Enviada em: 05/04/2019

Com o avanço da internet, conquanto tenha disponibilizado praticidade e eficiência em vários serviços, diversos problemas acabaram surgindo, dentre eles a atualíssima cibercondria, que diz respeito ao fenômeno contemporâneo de autoexame e automedicação. Nesse sentido, no Brasil, o ponto fulcral da questão situa-se na comodidade e acessibilidade trazido pelos mecanismos de pesquisas, em que apenas um clique abre precedente para uma gama considerável de informação que, no entanto, desempenham um papel prejudicial, pois são desprovidas de filtro. Assim, o usuário fica a mercê da própria sorte ao passo que, muito provavelmente, não tem a habilidade necessária para julgar o que é mostrado e, por isso, põe a si próprio em risco.      Nesse viés, guiados pela ignorância e descuido, milhares de pessoas todos os dias buscam nas redes doenças associadas aos seus sintomas ou receitas para curá-las. Prova disso é uma pesquisa realizada pelo Instituto de pós-graduação para profissionais do mercado farmacêutico, segundo a qual a automedicação é praticada por quase 80% dos brasileiros com mais de 16 anos. Desse modo, fica evidente que não é dado a esse assunto a devida importância, já que a compra de remédio sem receita é praticada indiscriminadamente, tanto pela falta de conhecimento dos riscos por parte da população quanto por negligência dos profissionais da saúde quanto a sua responsabilidade primordial em alertar.      Ainda nessa perspectiva, o Estado tem seu percentual de culpa haja vista que não desempenha sua função precípua de cuidar da saúde pública e, com isso, deixa de entregar informações esclarecedoras acerca do problema, deixando claro suas implicações para o indivíduo em si bem como para a sociedade como um todo. Nesse cenário, os órgãos públicos falham miseravelmente e contribuem negativamente para o estado calamitoso dos riscos atrelados à cibercondria, sendo, pois, incapazes ainda de reverter o quadro e impedir que as pessoas usem a internet como médico. Por isso, o país precisa atentar-se para os perigos da automedicação e agir o quanto antes.      Destarte, o uso da internet como meio de verificação de doenças e tratamentos é um problema real e precisa ser urgentemente solucionado. Dessa maneira, o governo federal, na figura do Ministério da Saúde, precisa, antes de tudo, investir pesadamente em mecanismo capazes de conscientizar a população, a partir do incremento de campanhas publicitárias, seja por meio da televisão, rádio ou mesmo da internet, cuja finalidade última será deixar claro os perigos associados à esse problema. Posto isso, será possível impedir consideravelmente a perpetuidade da cibercondria e reduzir significativamente o número de pessoas que usam os mecanismos de pesquisas em detrimento do auxílio profissional e capacitado de médicos, enfermeiros ou farmacêuticos.