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Enviada em: 23/04/2019

A internet tem funcionado como uma catalizadora do grande fluxo de informações e interações, capazes de veicular entre pessoas por meio de diversos sites, redes sociais, aplicativos, etc. Outrossim, até mesmo comportamentos psicopatológicos obtiveram êxito em sua nefasta proliferação no ambiente virtual. Nesse viés, a Hipocondria, caracterizada como o pensamento errôneo de que sintomas banais apontam para graves enfermidades, encontra seu terreno fértil nas barras de busca da web, passando a ser chamada de Cibercondria. Diante desse quadro, é necessário encontrar os subterfúgios que favorecem essa problemática no Brasil.       A legislação brasileira atual, no que diz respeito a compra de medicamentos, permite uma fácil acessibilidade a qualquer individuo de remédios que muitas vezes necessitam de recomendação médica ou farmacêutica, além disso, seu uso indevido pode trazer riscos a saúde. Ademais, a possibilidade de realizar "consultas" no Google sobre determinadas doenças, sintomas, tratamentos, entre outros, e ainda se automedicar em decorrência da lei referente a utilização de remédios ser branda, acabam criando um cenário propício para uma doença como a Cibercondria. De acordo com uma pesquisa do ICTQ( Instituto de pós-graduação para profissionais do mercado farmacêutico), cerca de 79% do brasileiros acima de 16 anos têm a pratica da automedicação, fato esse que evidencia como a sociedade brasileira encontra-se refém da considerada doença da era digital.       A ampla quantidade de remédios capazes de resolver qualquer problema, os quais surgem dos interesses comerciais da industria farmacêutica, dando soluções a pseudo doenças por meio de propagandas sensacionalistas também é outro fator que enquadra-se como uma das causas da Cibercondria. Nesse sentido, a consequência de o individuo ceder a esse marketing agressivo é que ele pode entrar em um estágio de vício, no qual o consumo exagerado aparenta ser insuficiente, e isso acarrete danos a sua saúde. Destarte, é possível perceber que a causa primária da Hipocondria digital entre os brasileiros é indubitavelmente a facilidade com que esses podem se automedicarem.       Portanto, o Poder Executivo na figura do Ministério da Saúde tem o dever de elaborar e encaminhar ao Parlamento uma proposta de lei que vise restringir o acesso a remédios que exijam a prescrição de um farmacêutico ou médico, além do mais, será papel do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações utilizar-se dos meios midiáticos, principalmente o televisivo, para expor a população os perigos que envolvem a automedicação sem a consulta de um especialista da área e ainda atribuir essa responsabilidade a uma barra de busca de um site. Dessa forma, a população brasileira terá uma legislação eficaz que somada a sua conscientização irão criar barreiras contra a Cibercondria.