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Enviada em: 24/04/2019

Nos aurora do século XIX, a Europa estava passando por um processo que ficou conhecido pela literatura como "Mal do Século", cuja característica era expressa pelo pessimismo intenso frente à realidade. Analogamente, no que tange ao crescimento do número de doenças em todo o mundo, observa-se a reaparição dos ideais românticos nos indivíduos, visto que aproveitam-se da era digital para manifestar a exacerbada preocupação com possíveis patologias, explicitado pelo termo "cibercondria". Nesse ínterim, existem fatores que merecem destaque como fomentadores de tal manifestação, cujas vertentes estão na desatenção governamental na educação e, ademais, na omissão midiática em relação ao assunto.     Em primeira análise, é sabido que a internet é uma das principais ferramentas para a obtenção de informações acerca de variados assuntos. Entretanto, o excesso de dados sobre determinadas temáticas pode ser uma problemática social, principalmente na área da saúde, haja vista que o sistema educacional, devido ao seu currículo com alta carga horária, não trabalha, em grande parte, a relevância da criticidade no uso da internet e não aplica o estudo integral de patologias e sintomas, o que reflete na manifestação da hipocondria digital e em possíveis automedicações.       Em segunda instância, outro fator considerado como brecha governamental com relação à esse dilema é a omissão midiática no que concerne à discussão do assunto, uma vez que, quando a mídia se omite sobre determinada circunstância, não traz à tona a preocupação e o debate populacional, o qual fomenta, indiretamente, o fortalecimento das "fake news" sobre assuntos patológicos e contribui, aos poucos, com a manifestação de outras patologias, o que, futuramente, poderá desacelerar os progressos sociais e irá comprovar a teoria de Thomas Hobbes de que o homem é o lobo do próprio homem. Em vista disso, a intervenção estatal é necessária como forma de proteção dos cidadãos e garantia dos seus direitos de maneira eficaz.      Medidas são necessárias, portanto, para que haja a democratização das informações acerca das características das doenças e a garantia de informação eficiente. Desse modo, urge que o Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, crie um aplicativo, chamado de "e-saúde", obrigatório em todos os telefones celulares no Brasil, a fim de que os indivíduos possam marcar exames sem enfrentar filas, obter informações sobre os processos sintomatológicos e tirar dúvidas com profissionais da saúde. Isso poderá ser feito com a simplificação da linguagem sobre os temas e, também, com a disponibilização das medidas profiláticas. Assim, o Brasil poderá viver em "Ordem e Progresso" com pessoas informadas e, consequentemente, romperá com os ideais modernos do "Mal do Século".