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Enviada em: 25/04/2019

A Hipocrondria do Século XXI      O conceito do físico Albert Einstein, de que todo o progresso tecnológico é como um machado na mão de um criminoso, configura-se, plenamente, na recente manifestação psicopatológica virtual, a cibercondria. Essa patologia pode ser compreendida como o ato o qual o indivíduo automedica-se de forma informal, baseando-se, unicamente, em pesquisas efetuadas na internet. O crescente número de praticantes do referido distúrbio, deve-se, irrefutavelmente, ao uso irresponsável da tecnologia e à preferência às informações virtuais referente s à saúde por parte dos usuários.      É de suma importância ressaltar, a princípio, que a tecnologia participou das inúmeras conquistas sociais e científicas dos últimos séculos. Entretanto, uma pesquisa realizada pelo Instituto acadêmico ICTQ, a qual aponta que 78% dos brasileiros acima de 16 anos remediam-se sem prescrição médica, indica que a tecnologia também tornou-se uma ferramenta magnamente perigosa ao homem. Ademais, é de ciência geral que situações delicadas envolvendo distúrbios físicos e psicológicos requerem presença profissional adequada, contudo, os internautas vêm a demonstrar maior preferência às pesquisas na web às consultas presenciais e autênticas.      Seguidamente a isso, a esfera virtual encontra-se saturada de informações no que se refere à saúde, incluindo indicações de inúmeros remédios, sintéticos à naturais, por indivíduos não portadores de experiência e estudos na área. Outrossim, para o "cibercôndrico", aparenta ser mais fácil buscar informações em sites de pesquisas à enfrentar filas nos hospitais, uma vez que, ao navegar na internet, é comum deparar-se com artigos, links e vídeos que relatam soluções eficazes para curar uma determinada doença. No entanto, tal facilidade informativa proporcionada pela mídia não passa de aparência, uma vez que automedicar-se pode ser altamente prejudicial, além de não aconselhado por profissionais da saúde.       Diante do exposto, portanto, torna-se primordial que a cibercondria receba, imediatamente, a devida atenção, em especial, do Ministério da Saúde e o da Educação, que em parceria, devem sensibilizar a população sobre a supracitada problemática, mediante palestras e campanhas sociais, com o fito de reduzir os vultosos casos de automedicação. Com o mesmo objetivo, é crucial que o Estado reveja sua atuação no âmbito virtual, por meio de fiscalizações e atribuições de multas aos responsáveis por disseminar os conteúdos informais na web. Dessa forma, a tecnologia não mais será definida, segundo Einstein, como um machado nas mãos de um criminoso.