Enviada em: 23/05/2019

Augusto Cury, psicanalista e escritor brasileiro, em um de seus livros refere-se a ansiedade como sendo "o mal do século". De fato, sua referência é totalmente coerente com o atual cenário brasileiro, no qual observa-se o crescimento da cibercondria, ansiedade induzida por buscas on-line relacionadas a saúde, e que além de ser um grave problema é fator desencadeante de outros, por exemplo: adversidades econômicas e conflitos com especialistas.  A priori, a cibercondria por si só já é um problema e afeta muitos indivíduos. Ao contrário do que se pensa, esse fenômeno não é atual, o que houve foi uma reformulação da hipocondria, ansiedade e preocupação com a saúde, agora acentuada por pesquisas constantes na internet acerca da causa de algum sintoma que o indivíduo esteja apresentando. Dessa forma, as pessoas que possuem propensão para a ansiedade ao fazer essas pesquisas elevam absurdamente o nível de preocupação, e consequentemente iniciam uma série de consultas e exames, normalmente desnecessários, que podem gerar uma grande dificuldade financeira.   A posteriori, é preciso considerar que em diversos casos o que ocorre é o contrário do que foi afirmado anteriormente. Alguns indivíduos, ao concluir as pesquisas on-line, passam a nutrir uma ideia equivocada de seu diagnóstico final. Dessa forma, a probabilidade de que ocorra uma automedicação aumenta significativamente. Por outro lado, quando decidem procurar algum especialista, chegam munidos de concepções pré determinadas, apresentando então grande dificuldade de aceitar o diagnóstico médico, gerando conflitos na relação médico-paciente.  Portanto, medidas são necessárias para resolver esse problema. Cabe ao Estado, por meio de envios de recursos as secretárias de saúde municipais, promover palestras, debates e campanhas a respeito da cibercondria e também aumentar o número de psicólogos para atender a população, a fim de que os indivíduos sejam tratados e  tenham uma ampla visão dos problemas que podem ser desencadeados por essa prática.