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Enviada em: 27/05/2019

O sociólogo Durkheim alegava que a consciência coletiva é imprescindível a coesão social. Nessa perspectiva, a falta de empatia com o próximo, inerente as consternações as quais dificultam o combate à hipocondria pela internet, interfere nas relações sociais e do bem-estar comum. Isso se deve, sobretudo, a escassez de políticas públicas para a monitoração de informações, além  da má formação da base crítica dos indivíduos no ambiente intrafamiliar. Essa circunstância demanda uma atuação mais arrojada entre o Estado e as instituições formadoras de opinião, com o fito de superar tais mazelas.        De fato, é indubitável que a questão estatal e sua aplicação contribuam para potencializar o problema. Sob esse prisma, de acordo com Aristóteles, o exercício político tem por objetivo promover o bem- estar dos cidadãos. Nesse ínterim, denota-se que a rede de segurança pública não atende, mormente, ao monitoramento e a fiscalização das informações por via virtual, haja vista não haver a imposição de leis as quais punam os infratores dos noticiários falsos, tampouco a existência das delegacias "online" para a investigação dos delitos com precisão. À vista disso, a transmissão das "fake news" como dos relatos ilegítimos acerca da morte da vereadora Marielle Franco, corrobora para o autodiagnóstico dos indivíduos, o que, por sua vez, intensifica a preocupação indevida sobre doenças.         Outrossim, conforme o sociólogo Zygmunt Bauman, a presença da modernidade líquida se dá a partir da fluidez nas relações do cotidiano. Mediante tal premissa, a existência massiva de famílias desorganizadas está sensivelmente ligada a preocupação demasiada com a saúde pela internet. Essa situação abjeta relaciona-se a insuficientes diálogos entre os indivíduos, tendo em conta, muitas vezes, não considerarem a discussão em grupo necessária, ou inclusive, deterem as mesmas condutas de ansiedade. Nesse viés, o filósofo Pierre Bourdieu, em sua obra "Habitus", demonstra que a reprodução de comportamentos se disseminam para a geração. Essa perspectiva possibilita o surgimento de novos problemas, como a depressão, o que reitera o desequilíbrio coletivo defendido pela teoria bauniana.          Urge, portanto, que, diante da realidade nefasta da hipocondria digital, a necessidade de intervenção se faz imediata. Para tanto, cabe ao Estado, em consonância com o Ministério da Segurança, vistoriar a divulgação das informações em rede, por meio de emendas constitucionais e maiores investimentos em aparatos tecnológicos, como aplicativos de mapeamento, com o fito de mitigar a dispersão de informes falsos, além de garantir a penalidade do réu a curto prazo. Ademais, compete à escola, em conjunto com à família, elaborar fóruns de discussão pedagógica, por intermédio de mesas redondas, a fim de estimular o senso crítico dos cidadãos e a discussão sobre tal temática. . Destarte, a coesão proposta por Durkheim será alcançada.