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Enviada em: 30/05/2019

A automedicação é uma prática bastante frequente entre os brasileiros, com o advento da internet no mundo contemporâneo, o ato de se automedicar por conta própria correlacionada com o autodiagnóstico tem gerado muita preocupação para os profissionais da saúde. Nesse contexto, é válido analisar que a falta de acesso à informação, bem como a facilidade de se adquirir medicamento corrobora para a chamada: cibercondria (pessoas que acham ter um problema de saúde e se autodiagnosticam com a ajuda da internet).   É indubitável que ainda no século XXI, a desinformação e a escassez de conhecimento causem impactos para o Brasil no campo da saúde. Isso porque muitos jovens e até idosos tiveram um ensino defasado e por esse motivo muitas vezes não entendem, por exemplo, o risco de se consumir antibióticos sem prescrição médica ou orientação farmacêutica. Essa prática não para por aí, a pessoa que consome e obtém à "cura" tende a divulgar o medicamento para as pessoas próximas, criando um ciclo sem fim. Tal ação associada a falta de médico e estrutura dos hospitais e postos de saúde, e a crescente conquista da internet cria os cibercondríacos. De acordo com Draúzio Varella, médico brasileiro, não é função do Estado proteger o cidadão do mal que causa a si mesmo, mas é seu dever defendê-lo do que possam fazer contra ele.  Outrossim, destaca-se a facilidade de acesso à medicamentos. Visto que atualmente compra-se analgésicos, anticongestionantes nasais, entre outros, de forma fácil e sem receita, o que faz o ato de automedicação ter bastante sucesso. A falta de médico nos postos e a demora para conseguir atendimento faz com que esses cidadãos procurem a internet ou seus vizinhos para obter nomes de remédios para seus devidos problemas, sem precisar passar por um médico já que o acesso ao medicamento é facilitado pela falta de fiscalização e da exigência da receita médica. O jornal, O Globo, divulgou que 78% dos jovens entrevistados relataram ter feito o uso de remédios indicados pelo “doutor google”, nome pejorativo dado para um site de pesquisas.  Entende-se, portanto, que a falta de acesso informação associada a liberação de medicamentos sem receitas corrobora para o surgimento de um problema grave e enraizado no Brasil. A fim de atenuar a problemática atual, o Governo Federal em conjunto com o Ministério da Educação deve levar as populações mais carentes o acesso à informação, através de palestras e aulas de informática, ensinando que não se deve acreditar em tudo que está exposto no meio virtual, evitando desse forma a má interpretação ou o uso incorreto da internet. Por outro lado, caberá ao Ministério da Saúde cobrar a criação de leis mais rigorosas quanto a venda de medicamentos sem receitas, bem como a fiscalização de profissionais que descumpram tais leis, aplicando as punições cabíveis. É dever do também do MS, ampliar a rede de saúde para os bairros mais carentes e verificar se nos hospitais e postos constam a estrutura e os profissionais da saúde necessários, evitando assim que os cidadãos recorram ao “doutor google”. Dessa forma o ciclo da automedicação será fechado para sempre e o ditado popular, “é melhor prevenir do que remediar.” Perpetuará na sociedade brasileira.