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Enviada em: 02/07/2019

No século das luzes, os iluministas Diderot e D’Alambert desenvolveram o movimento enciclopedista, com fito de difundir, a princípio, todo o conhecimento do mundo. Entretanto, apesar do ideal hiperbólico inicial, a internet, hoje, tem como um de seus objetivos tal difusão. Dessa forma, no que tange a medicina, podemos afirmar que, a tecnologia e seus adventos foram um divisor de águas na história humana, sem esquecer, no entanto, que a democratização do acesso à informação acarreta também consequências danosas ao homem, dentre as quais destaca-se a cibercondria – a hipocondria virtual. Mormente, é preciso salientar os aparatos tecnológicos medicinais. De tal modo, é possível perceber tais avanços quando há um esforço de relativizar a hodiernidade com o medievo da história humana, por exemplo. Assim, uma vez que nesse período, pessoas diagnosticadas com lepra, conhecida hoje como hanseníase, eram isoladas e deixadas para morrer. Ademais, embora na atualidade, ainda seja enfatizada a não encontrada cura para o câncer, é sabido que vários avanços foram atingidos, como exemplo, o tratamento para a AIDS, que não cura o indivíduo, mas permite que a doença seja apenas coexistente. Não obstante, é preciso lembrar que há também, o uso indevido da tecnologia, a exemplo: a cibercondria. Dessa maneira, atrelado ao que o sociólogo polonês Zygmunt Bauman pontua como “liquidez contemporânea” – a busca por parte do indivíduo pelo que é mais prático e rápido – é possível destacar o uso indevido da internet quando, ao se automedicar e prescrever sintomas por conta própria, decorrente de consultas a sites, o indivíduo negligencia toda a formação de um profissional capacitado para tal, além de colocar a sua vida em risco. Torna-se claro, portanto, que embora possa parecer perfeito, há contrapontos quanto ao uso da tecnologia correlacionada à saúde. Urge, porém, que a mídia atue através de veículos informativos como telejornais e documentários, denunciando os riscos e buscando gerar efeito catártico populacional quanto aos riscos da cibercondria. Ademais, o Ministério da Saúde deve fornecer cartilhas e subsídios a serem trabalhados, através de palestras e seminários, nas escolas, a fim de combater a cibercondria e o uso indevido tecnológico. Só assim será possível tornar válida, hoje, a assertiva pitagórica: Educar as crianças para que não seja preciso punir os adultos.