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Enviada em: 05/07/2019

É possível, por intermédio da linguagem simples e coloquial do poema, "Tinha uma pedra no meio do caminho" de Carlos Drummond de Andrade, fazer uma analogia à respeito da Cibercondria: a doença da era digital. Nessa conjuntura, a problemática atua no cotidiano dos profissionais da saúde e da população brasileira como um verdadeiro obstáculo social, que deve ser amenizado, se possível extinto, por meio do agir governamental e da conscientização sobre o tema.           De início, é importante pontuar que as políticas públicas têm papel fundamental na superação desse obstáculo. Segundo Aristóteles, o Governo deve, acima de tudo, garantir o bem-estar da população. Porém, por vezes, é constante observar em noticiários que o Estado ainda peca nos investimentos feitos à saúde pública. Questões como a falta de médicos e experiências traumáticas causadas pela precariedade da estrutura hospitalar, são fatores contribuintes para o aumento do receio popular no que se refere à busca pelo atendimento médico.  Dessa forma, o descaso governamental, além de ferir os princípios aristotélicos, cria na sociedade o hábito, prejudicial, da automedicação que pode, em alguns casos, causar danos e prejuízos, irreversíveis, ao indivíduo e à sociedade.           Ademais, a sociedade contribui para a acentuação da adversidade. Com o crescimento  e a difusão exponencial das novas tecnologias e do livre acesso à informação, o hábito de ir ao médico foi substituído pela prática da automedicação. Nesse cenário, são raros os casos, em que os indivíduos não se equivocam na interpretação de seus sintomas e como consequência ingerem medicações erradas. Além disso, a Cibercondria gera ansiedade e preocupações demasiadas à população, pois devido à semelhança de sintomas que algumas doenças apresentam, o cidadão pode confundir um simples resfriado com uma pneumonia e vice-versa.           Conclui-se, diante do exposto, que a questão da Cibercondria ainda é um problema a ser resolvido. Sendo assim, com o objetivo de erradicar esse revés, urge que o Ministério da Saúde, por meio da captação e excelente optimização dos recursos enviados pelo Estado, promova palestras webconferenciadas ministradas por profissionais da saúde, com o intuito de esclarecer para a população que nenhuma pesquisa feita ao "Dr. Google" substituí uma consulta médica. Ainda assim, parte da verba deverá ser redirecionada a reformas em centros de saúde pública e uma redistribuição de médicos em áreas carentes será necessária para por fim a esse mau. Assim, essa pedra, que é a cibercondria, poderá ser removida do caminho social.