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Enviada em: 10/07/2019

Na obra "O doente imaginário" de Molieré, Argan - personagem principal- é hipocondríaco e vive o drama de testar novos tratamentos e remédios para suas doenças imaginárias. Não distante da ficção, nos dias atuais, a quantidade infindável de informações relacionada a doenças disponíveis na internet, trouxe problemas expressivos aos que buscam por tratamentos e diagnósticos online. Essa nova doença da era digital ficou conhecida como cibercondria. Por isso, torna-se necessário o debate acerca das implicações dessa nova patologia na vida dos indivíduos.    Primeiramente, é importante ressaltar que a internet proporcionou o acesso a vários tipos de informação, devido a democratização da tecnologia. Nesse contexto, o indivíduo "cibercondriaco" vive em uma busca constante para a reposta dos sintomas que está sentido, entretanto, a multiplicidade de sites e tratamentos disponíveis comprometem o senso crítico do internauta. Tal realidade tem como consequência o aumento da automedicação.     Em segundo plano, é notório que a prática desse ato possui, em paralelo, um aumento nos casos de transtornos de ansiedade. Acerca dessa lógica, o teórico Marshall McLuhan cita que "os homens criam as ferramentas e as ferramentas recriam os homens" é explícito que as informações disponíveis na internet, visto que existe informações erradas ou mal interpretadas que lidas contribui para um ciclo vicioso de busca e tratamentos por conta própria.   Em suma, o doente imaginário do século XVII ainda é vivo nos internautas do século XXI. Cabe ao Poder Público junto com a Mídia promover campanhas em instituições acerca das implicações dessa nova doença digital na atualidade, a fim de alertar a população ao risco da automedicação e suas consequências. Em parceria, o Poder Legislativo deve elaborar e encaminhar uma proposta de lei para que o acesso aos remédios seja restrito, gerando assim um controle da dependência de pacientes. Dessa forma, a cibercondria não evoluirá mais com os séculos.