Materiais:
Enviada em: 11/07/2019

Hipocondria é a obsessão com a ideia de ter um problema de saúde grave, mas não diagnosticado. Geralmente, essa doença acomete pessoas na fase adulta com transtorno de ansiedade. Com a facilidade ao acesso à internet, a doença ganhou sua versão adaptada para os dias atuais, a cibercondria, que compreende ao indivíduo que usa a internet para se autodiagnosticar. Contudo, a cibercondria é um problema, uma vez que agrava o problema de saúde público da automedicação e muitas vezes induz ao diagnóstico errado, podendo trazer consequências mais graves.   A automedicação, que é praticada por cerca de 80% dos brasileiros, segundo uma pesquisa do ICTQ, Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade, consiste no ato de tomar remédios sem orientação médica. A automedicação, que é consequência da cibercondria, muitas vezes é vista como uma solução para o alívio imediato de alguns sintomas, porém trazer conseqüências graves. A automedicação pode provocar intoxicações e alergias, do mesmo modo que interações bioquímicas não adequadas entre fármacos podem potencializar os efeitos colaterais da medicação. Além do mais, o uso de antibióticos sem supervisão médica é uma maneira de selecionar as bactérias mais resistentes, assim, criando superbactérias que não sofrem ação desse medicamento. Assim, o autodiagnóstico online deve ser visto como um problema, pois muitas vezes induz cibercondríacos a se automedicarem.   Além do uso de medicamentos sem prescrição médica, a cibercondria pode levar os internautas fazerem um diagnostico errado de seus problemas de saúde. Nos sites de busca, um único sintoma pode estar relacionada à diversas doenças, no entanto, sem um profissional da saúde apto para isso, pode-se associar um sintoma à uma doença equivocadamente. O problema disso consiste em correlacionar os sintomas à uma doença simples, quando na verdade trata-se de um problema de saúde grave que deveria ser tratado, que passa ser ignorado pois não foi diagnosticado por um médico, colocando a vida dos hipocondríacos digitais em risco. Logo, a cibercondria pode levar ao usuários a fazer um diagnóstico erroneamente, e ignorar a possibilidade de precisar de tratamentos específicos.    Torna-se claro que a cibercondria é uma doença da era digital e precisa ser prevenida e combatida. Para isso, o Ministério da Saúde poderia promover uma campanha de conscientização, na qual médicos iriam às unidades básicas de saúde palestrar a respeito dos perigos de se autodiagnosticarem através da internet e suas consequências, para que assim, uma população mais informada opte por um profissional ao invés de um site de busca, evitando dessa forma, riscos como intoxicações e alergias. Além do mais, o Governo Federal poderia investir em publicidade, expandindo essa mesma campanha para os meios de comunicação, como comerciais na TV, para que atinja um maior número de pessoas.