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Enviada em: 02/08/2019

Segundo Gilles Lipovetsky, o indivíduo hipermoderno, atolado em responsabilidades, não tem tempo para refletir sober suas ações. Dessa forma, a sociedade atual está repleta de ações aceleradas e inconsequentes. Exemplo de tais atos irresponsáveis é o uso da internet para o autodiagnóstico de doenças, consequência da falta de informação da população e da ineficiência do setor de saúde pública.       Em primeiro lugar, cabe destacar o absurdo que é autodiagnosticação. Se um médico, que, em média, leva seis anos para se formar, não consegue diagnosticar com precisão a doença que acomete um paciente sem antes realizar uma série de exames neste, parece, em consequência, impossível que uma rápida pesquisa no Google, realizada por um leigo, seja eficiente no ato de identificar certa doença. Contudo, é nessa absurda última hipótese que muitos brasileiros se apoiam. A evidente irresponsabilidade de tal situação é fruto da ausência de conhecimento sobre as consequências da automedicação, já que não é concebível que uma pessoa bem informada opte racionalmente por tomar remédios por conta própria conhecendo tais premissas.        Por outro lado, o Poder Público também contribui para o agravamento do problema, já que a saúde pública brasileira carece de médicos, estrutura, medicamentos, etc. Desse jeito, em muitos municípios, uma simples consulta demora meses para ser realizada, sendo, até mesmo, comum que muitas pessoas morram nas filas de espera dos hospitais brasileiros. Sendo assim, o cidadão brasileiro, impedido de acessar o sistema de saúde pública, vê-se, muitas vezes, obrigado a optar pelo perigoso caminho da automedicação.       A indevida medicação não autorizada é fruto, portanto, da falta de informação e do deficitário sistema de saúde pública presentes no Brasil. Desse modo, faz-se necessária a intervenção do Governo Federal no sentido de melhorar o sistema de saúde pública brasileiro, por meio da contratação de mais médicos e da criação de campanhas de conscientização que informem a população sobre os riscos da automedicação, para que os índices de uso de indevido de medicamentos diminuam.