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Enviada em: 14/08/2019

O livro "Diário de um adolescente hipocondríaco", lançado em 1987, expõe as angústias e desafios de Peter Payne ao descobrir ser um maníaco por doenças com apenas 14 anos de idade. Fora da literatura, a hipocondria encontrou uma grande aliada, a internet, e sua combinação se tornou um problema na atualidade: A Cibercondria.   Em primeiro lugar, é necessário compreender os motivos pelos quais a internet tem sido um potencializador da hipocondria. Sobre isso, a pesquisa da Hootsuite e da We Are Social constatou que cerca de 91% dos entrevistados já pesquisaram seus sintomas no Google e se automedicaram, ou seja, há uma tendência mundial de utilizar a internet como consultoria para doenças. Porém, os resultados encontrados podem beirar o absurdo e facilmente convencer um leigo de que, por exemplo, uma passageira dor de cabeça seja o sintoma de um grave tumor.    Além disso, a hipocondria encontra bases sólidas no típico comportamento do homem moderno. Falecido em 2017, o sociólogo Zygmunt Bauman afirmava que o mundo vive a modernidade líquida, ou seja, um momento aonde os seres estão propensos a mudar com rapidez e de forma imprevisível. Logo, essa valorização da velocidade afastou o ser humano dos consultórios médicos e o aproximou dos smartphones, aonde qualquer indivíduo esta mais suscetível a crer possuir um grave problema médico e, posteriormente, a se automedicar, se tornando mais uma vítima.   Diante do exposto, medidas são necessárias para acabar com a cibercondria. Para que a automedicação seja evitada, faz-se necessário que os Conselhos Regionais de Farmácia instruam os farmacêuticos a se aproximarem de seus clientes e então indicarem as melhores soluções para evitar, assim, que o indivíduo se medique erroneamente. Além do mais, a mídia e o Ministério da Saúde devem, por meio de propagandas, curta metragens e workshops, construir um senso crítico na população, para que não acreditem em tudo que leem sobre seus sintomas na internet.