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Enviada em: 26/08/2019

Em O livro do Desassossego, o heterônimo de pessoa, Bernardo Soares, diz: "tudo que se passa no onde vivemos é em nós que se passa". Sob esse viés, o onde vivemos reflete e é reflexo de quem somos, de tal modo que os problemas que se passam no Brasil devem ser da conta de todos os brasileiros. Nesse contexto é essencial compreender a urgência em combater a doença da era digital, a cibercondria, cujas principais causas dizem respeito ao imediatismo na sociedade atual e a falta de confiança no sistema de saúde.       Antes de tudo, é essencial notar que a sociedade atual, conectada e acelerada, tem se tornado cada vez mais imediatista. Tais condições sociais são as principais causas da cibercondria. A hipocondria digital pode ser observada quando uma consulta ao medico e trocada por uma por uma pesquisa "online", feita pelo próprio usuário, essa pesquisa não leva em consideração fatores pessoais que só poderiam ser analisados por um medico. De acordo com dados do Centro de Pesquisa Sobre Tecnologia da Informação, 33% dos usuários fazem pesquisas sobre saúde com frequência em sites de busca, comportamento que traz preocupação, pois embora possa trazer vantagens, em geral possui mais ponto negativos do que positivos. Como por exemplo à auto medicação ou a um auto diagnostico errado, que por sua vez pode levar  ao encobrimento de uma grave doença.       Por outro lado, A hipocondria digital também e responsabilidade do governo através do ministério da saúde, visto que vem se tornando cada vez mais comum consultas rápidas, e com diagnósticos genéricos. Fato que por si só gera desconfiança sobre a eficiência do sistema de saúde público, restando a população ir a internet fazer seu próprio diagnóstico.       Diante disso, já dizia no século XVII o fidalgo Dom Quixote: "uma andorinha só não faz verão". Dessa forma, para enfrentar a cibercondria, é importante a ação conjunta da tríade governo, mídia e escola. Visando combater e conscientizar sobre a hipocondria digital, o governo deve através do ministério da saúde, fiscalizar o atendimento no sistema de saúde para garantir sua eficiência, deverá também buscar apoio da mídia para conscientizar a população sobre os perigos da cibercondria, através de campanhas que sejam atraentes, impactantes e informativas. A escola enquanto espaço dialógico, precisa realizar ações educativas sobre a cibercondria e a importância de se ir ao medico, cabe também a escola debater o imediatismo e seus perigos a sociedade, tanto em sala de aula quanto em outras atividades, a fim de que se forme uma população com pensamento critico e atenta as transformações que ocorrem ao seu redor. Somente assim poderemos ser um bom reflexo em que a sociedade futura possa se espelhar.