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Enviada em: 26/08/2019

A internet foi criada no período da Guerra Fria com o intuito de preservar informações que poderiam ser perdidas em um possível ataque. Desde então, ela ganhou espaço e foi difundida mundialmente, sendo uma ferramenta amplamente utilizada nos dias atuais. Contudo, esse universo de facilidades trouxe consigo algumas preocupações, como a Cibercondria, que se trata do uso recorrente da rede para buscar informações sobre doenças. Destarte, a problemática se tornou um vício e atua em diferentes pontos que passam desde os perigos da automedicação até o dano psicológico que o autodiagnóstico pode causar.        A priori, consoante o filósofo Rousseau, o homem abre mão de sua liberdade para que o Estado o proteja. Nesse contexto, a insegurança gerada pela facilidade ao acesso a medicamentos sem prescrição, vai de encontro a máxima defendida pelo filósofo. De acordo com o ICTQ (Instituto de Pós-Graduação para Profissionais do Mercado Farmacêutico), 79% dos brasileiros com mais de dezesseis anos praticam a automedicação. Dessa forma, o cenário traçado é preocupante, pois não é levado em conta a condição de saúde de cada indivíduo, a confirmação da enfermidade e nem a dosagem condizente, podendo acarretar em complicações severas à saúde da pessoa.         Outrossim, um dano psicológico grave pode ser gerados devido ao autodiagnóstico, uma vez que várias enfermidades possuem sintomas parecidos. Com efeito, o acesso a informações que a internet proporcionou ao indivíduo comum, possibilitou o autodiagnóstico, sendo assim, algumas pessoas ficam obcecadas por pesquisar qualquer anormalidade física enfrentada e acabam por acreditar que possuem certas doenças, o problema é que nem sempre esses dados estão corretos e podem causar danos irreparáveis ao psicológico do indivíduo, caso ele acredite possuir uma doença grave, quando pode ser uma enfermidade mais simples. Logo, é necessário uma intervenção estatal para preservar a saúde física e psicológica do seu cidadão.         Depreende-se, portanto, que o Governo Federal deve restringir a venda de medicamentos sem o uso de receita médica, por meio do Ministério da Saúde, através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, assinar uma portaria normativa de modo a limitar o número de medicamentos que podem ser vendidos sem uso de prescrição e fiscalizar os pontos de venda para cumprir o ato, para assim minimizar o número de pessoas que realizam a automedicação. Ademais, o Ministério da Educação deve ainda criar uma campanha sobre os perigos do autodiagnóstico, por meio de cartilhas informativas a serem distribuídas em centros de ensino de todo o país, visto que elas possuem o caráter socializador do Estado, com o intuito de alertar sobre os riscos que a ação pode causar.