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Enviada em: 21/06/2017

No ano de 2013 Benedito Oliveira morreu, vítima de intolerância racial. Seus agressores eram neonazistas e afirmaram: "Negro tem que morrer mesmo". O que tornou o caso mais inquietante foi o fato de o crime ser dado como lesão corporal grave, evidenciando a insuficiência das leis brasileiras. Outrossim, anos depois, meios tecnológicos com fito de socializar culturas estão ganhando outra tendência, o discurso de ódio virtual. Dessarte, fica evidente analisar a problemática da liberdade individual, uma vez que esta pode se solidificar em violência física ou virtual.        Primeiramente, as leis que deveriam assegurar o bem estar social tornam-se ineficazes, gerando impunidade às pessoas que alastram seus pensamentos intolerantes. Na Alemanha, foi aprovado um projeto de lei que gera multas milionárias às organizações virtuais que não removerem os chamados "fake news" ou notícias falsas. Conquanto, no Brasil hodierno, as leis são vultosamente leves, chegando a apenas três anos de reclusão. Dessa forma, nota-se que o país ainda precisa desenvolver seu sistema de leis e organizar melhor seus processos de identificação de casos com crimes de ódio para que o país possa garantir boa qualidade de vida à população.         Em um outro plano, meios tecnológicos que surgiram para melhorar o acesso à informação, ganharam uma nova vertente no século XXI, o discurso de ódio nas redes sociais. Com o advento técnico-científico-informacional da terceira revolução industrial, surgiram os meios de comunicação que quebraram barreias entre os continentes, funcionando como ferramenta de socialização. Inobstante, no Brasil moderno, pessoas com más intenções utilizam desse meio para irradiar sua liberdade de expressão em forma de intolerância, seja racial, étnica, de gênero, seja misoginia. Soma-se ainda ao exposto, a característica do anonimato, que assegura a impunidade dos contemporâneos insipientes.       Destarte, é indubitável afirmar que o discurso de ódio advindo da liberdade de expressão individual mal intencionada, se configura em uma grande problemática para o Brasil. Para combatê-la, o governo deve  punir de forma mais rígida os indivíduos que pratiquem crimes de ódio, a partir da elaboração de leis mais rigorosas aumentando a quantidade de anos e a multa. Urge do ministério da justiça, medidas para analisar de forma mais precisa os casos com suspeita de crime de ódio, criando uma delegacia exclusiva para examinar minuciosamente todos os casos. Por conseguinte, as instituições de ensino devem atenuar as altas taxas de intolerância ainda na infância, por meio da elaboração de projetos com a temática da diversidade cultural, étnica, de gênero, misoginia, racial, política e ideológica. Apenas assim, casos como o de Benedito Oliveira não acontecerão mais e a sociedade poderá viver bem.