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Enviada em: 26/08/2019

É impossível falar de perigo atômico sem citar a península coreana que é palco de tensões internacionais constantes desde o fim da Segunda Guerra Mundial, quando foi dividida entre dois regimes opostos: a Coreia do Norte – comunista, apoiada pela União Soviética e China – e a Coreia do Sul – capitalista, apoiada pelos Estados Unidos. Isso acirrou a rivalidade entre os dois países, que sempre foram rivais e até travaram uma guerra entre 1950 e 1953.    Com o passar das décadas, eventos como a queda da União Soviética e o crescimento das tensões com os Estados Unidos aumentaram a sensação de vulnerabilidade da Coreia do Norte. Como forma de lidar com a crescente diferença militar e econômica em relação à Coreia do Sul e também conseguir algum poder de barganha em futuras negociações, os norte-coreanos aceleraram o seu programa de desenvolvimento de armas nucleares nos anos 1990.    A partir de então, as tensões entre a Coreia do Norte e outras potências mundiais – como o Japão e os Estados Unidos – aumentaram rapidamente. Isso foi refletido no embargo de petróleo que os norte-americanos impuseram contra os norte-coreanos em 2002. Tal boicote foi justificado com a alegação de que a Coreia do Norte possuía um programa de processamento de urânio que não era condizente com as normas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).   Como resposta, a Coreia do Norte, que era membro do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) desde 1985, retirou-se do acordo em janeiro de 2003. Na época, a justificativa dada pelos norte-coreanos foi a de que a AIEA agia como uma subordinada aos interesses da política externa dos Estados Unidos e o TNP seria um instrumento de realização desses interesses. Apesar de ter declarado que sua saída do TNP não significava que o país pretendia desenvolver armamentos nucleares, apenas três anos depois, em outubro de 2006, a Coreia do Norte realizou o seu primeiro teste com uma bomba atômica.   Desde então, outros cinco testes nucleares foram feitos: em maio de 2009, fevereiro de 2013, janeiro e setembro de 2016 e setembro de 2017. Além desses, aconteceram diversos outros ensaios com mísseis balísticos que poderiam carregar uma ogiva nuclear. Como resposta, desde 2006 o Conselho de Segurança da ONU vêm aplicando uma série de sanções sobre a Coreia do Norte, as quais impõe grandes restrições políticas e econômicas ao país. Também é importante lembrar que essas sanções contam inclusive com o apoio da China. Ainda que sejam os maiores aliados internacionais da Coreia do Norte, os chineses não vêem com bons olhos a instabilidade causada pela ameaça nuclear que o país trouxe para perto de sua fronteira.