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Enviada em: 18/06/2018

Grande parcela dos problemas socioambientais do Brasil são advindos da concentração populacional em determinadas localidades. Tais densidades são justificadas pela falta de planejamento no processo de urbanização do país, onde indústrias instalam-se nas megalópoles como Santos e Campinas, forçando as migrações de indivíduos provenientes de municípios geolocalizados perifericamente no território, rumo a regiões centrais. Estes processos de mobilidade demográfica são impulsionados por disparidades econômicas entre os estados, devido a ausência de uniformidade social e pelo fato da população estar "de costas" ao seu perímetro nacional.        Doravante ao fato de o Brasil ter sofrido reflexos tardios da Revolução Industrial, utilizando inadequadamente seu extenso território na alocação das empresas, a periferização das massas populares agrava o inchaço urbano nas megacidades. Soma-se a isto, a tendenciosa mania de equiparação estrangeira, corrente no país. Entretanto, esta possui distorções históricas inassimiláveis, pois, a industrialização foi planejada nos países atualmente desenvolvidos e, portanto,  implantada adequadamente às necessidades regionais destes, convergindo economicamente a mão de obra, o capital e os pólos fabris, ao contrário do Brasil que a aderiu por osmose, sem seletividades necessárias.       Diferentemente dessas nações, ocorre no país a polarização industrial em um processo de imantação populacional, forçando o deslocamento interestadual e pendular, agravando, por exemplo, os engarrafamentos de trânsito, visto que tais indivíduos residem em localidades distantes do trabalho. Ademais, a precariedade existente em tais regiões abastadas dos centros urbanos, onde ainda não chegou o saneamento básico, a oferta de água potável encanada e as demais necessidades básicas da população, evidenciam que o brasileiro é forçado, pelo seu próprio governo, a migrar, devido a adoção deste à medidas neoliberais questionáveis humanitariamente para um país em desenvolvimento.             Entretanto, a resolução da problemática é engenhosamente simples, muito embora, em paráfrase a Herman Mellville em seu livro Moby Dick, essas coisas simples são as mais emaranhadas. Todavia, a criação de e uma planejamento estadual é essencial para que as megacidades sejam desafogadas populacionalmente. Este processo geopolítico deve ser proposto no Senado, pela população e principalmente pelas ONG's, como o Movimento dos Sem Terra (MST), estabelecendo uma determinada quantia básica de instituições sociais por município, adaptando as futuras indústrias de maneira horizontal nas regiões, propiciando, portanto, capital de giro nos estados, para que ocorra a banalização das migrações. Os efeitos desse planejamento teriam tal amplitude socioeconômica ao Brasil que uma tarefa simples torna-se, paradoxalmente, difícil de ser mensurada.