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Enviada em: 28/10/2018

Policarpo Quaresma, protagonista de Lima Barreto, do clássico “O triste fim de Policarpo Quaresma”, tem como característica mais marcante um nacionalismo ufanista, acreditando em um Brasil utópico. Entretanto, a ocupação desordenada torna o país ainda mais distante do imaginado pelo personagem. Nessa perspectiva, seja pelo êxodo rural, seja pela falta de planejamento, o problema permanece silenciosamente afetando grande parte da população e exige uma reflexão urgente.   Em primeiro lugar, é importante destacar que a migração do campo para as cidades trouxe consigo diversas transformações, como a precariedade no saneamento básico em algumas regiões e a favelização. Isso porque muitas pessoas buscavam melhores condições de vida nas cidades, devido, principalmente, pelo surgimento de indústrias o que gerava empregos, entretanto tal ocorrido trouxe consigo diversos problemas. Dessa forma, faz-se necessário uma maior atenção por parte do Governo acerca desse assunto, para minimizar os principais impasses.   Além disso, outro aspecto a ser ressaltado é a falta de planejamento quanto a construção de prédios, casas e rodovias. Esse problema assume contornos específicos no Brasil, pois de acordo com dados do IBGE, existe mais de 16.000 favelas no território brasileiro, com precariedade no saneamento básico, trânsito desordenado e falta de infraestrutura. Nesse sentido, como postula o sociólogo Zygmunt Bauman, na obra “Modernidade Líquida”, o individualismo é uma das principais características – e o maior conflito – da pós modernidade, e, consequentemente, é essa a maior causa da persistência desse entrave.   Destarte, para que esse problema possa ser amenizado é essencial que as emissoras de televisão se proponham a discutir sobre as conseqüências de construções inadequadas, por meio da abordagem do tema em sua programação, em horário nobre, a fim de levar à população um maior conhecimento acerca desse assunto. Já o Governo deve desenvolver medidas que impeçam o avanço nas implantações de favelas mediante aumento da fiscalização e rigorosidade na punição - visando, assim, coibir essa prática, para isso, portanto, é necessário também que haja um investimento e ajuda para que essas pessoas possam conseguir suas casas sem necessariamente trazer prejuízos para toda a sociedade.