Materiais:
Enviada em: 24/06/2019

O Brasil é um país marcado pela desigualdade social e, no primeiro trimestre de 2019, dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV/IBRE) mostraram a maior desigualdade de renda já registrada. Consequentemente, essa desigualdade de renda se reflete na ocupação urbana desornada.    As décadas de 1960 e 1980 abarcam o período mais intenso  de êxodo rural no Brasil. Segundo  uma publicação da Embrapa de 2011, o êxodo rural, nas duas décadas citadas, contribuiu para quase 20% de toda a urbanização do país. Esses dados diminuíram para 3,5% entre os anos de 2000 e 2010. Essa mobilização dos campos para cidades se deu em busca de melhores condições de vida e emprego.     Por conseguinte, um grande contingente de pessoas chegaram nas cidades e se depararam com uma realidade diferente do que sonharam. De fato, há mais oferta de empregos; no entanto, os custos da vida nas cidades são elevados e a moradia, consequentemente, também. Isso faz com que a população procure moradia em áreas periféricas em que há construções irregulares como em encostas de morros aonde há alto risco de deslizamento.    Por exemplo, em abril de 2019, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a comunidade de Muzema teve diversas mortes provocadas por desabamento de um prédio que foi construído em área de encosta. Essas construções são perigosas, pois ao se retirar a vegetação de um terreno inclinado, a área fica exposta à ação da chuva causando erosão. Logo, o terreno se torna lodoso e propenso ao deslizamento.     Além disso, a ocupação desordenada também se dá nos grandes centros urbanos. Devido a especulação imobiliária, muitos terrenos são comprados nas regiões centrais das cidades, porém, não são utilizados e, não poucas vezes, acabam até por ser abandonados. Então, muitas pessoas sem moradia submetem-se a morar nesses prédios sem nenhuma segurança. Isso ocorreu em maio de 2018, no centro de São Paulo, quando o conhecido "prédio de vidro", no Largo do Paissandu, desabou devido a um incêndio, pois desde 2003 o prédio foi ocupado por desabrigados; no entanto,  não havia nenhuma manutenção na estrutura e o prédio sofreu um curto circuito que resultou em incêndio.    Diante do exposto, o Ministério do Desenvolvimento Regional e o Ambiental devem incentivar pequenos produtores agrícolas e empresários a permanecerem nas regiões interioranas dos Estados por meio de isenções de impostos. E, para os pequenos produtores agrícolas, o governo deve fornecer subsídios para que o seu produto concorra nos grandes mercados. Assim, tanto produtores como empresários terão benefícios e incentivos para permanecerem no campo gerando empregos o que diminuirá a desigualdade de renda e o êxodo rural que causa o crescimento urbano desordenado.