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Enviada em: 24/06/2019

A urbanização é o aumento do crescimento da população urbana relativo à do campo. Tal processo foi ocasionado por fatores históricos como industrialização, revolução agrícola e êxodo rural. Nesse contexto, o Brasil está inserido como país emergente, onde o crescimento da cidade é dado de maneira desordenada e rápida, e, assim, prejudica a qualidade de vida de parte da população. Logo, fica claro que a ocorrência desse processo de forma desorganizada se distancia substancialmente do ideal, o que culmina em consequências sociais e ambientais negativas que devem ser analisadas.       Primeiramente, o aumento desenfreado da população da cidade agrava a desigualdade social. Sabe-se que essa, por sua vez, é inerente às sociedades capitalistas, logo pode ser relacionada ao conceito de "Fato social" do sociólogo funcionalista Émile Durkheim, pois ela exerce coerção e é externa aos indivíduos que são afetados. Nessa conjuntura, devido à especulação imobiliária e ao baixo poder aquisitivo de grande parte da população, ocorre o processo de periferização, onde as áreas mais distantes dos centros comerciais são ocupadas e infelizmente dotadas de infraestrutura precária. Portanto, tal processo acaba por, muitas vezes, ferir a dignidade humana, visto que a qualidade de vida é largamente degradada nesses locais.       Outrossim, o desenvolvimento urbano caótico impacta de maneira negativa na natureza. O sociólogo Hans Jonas postula o conceito de "Ética da responsabilidade", onde a população deve tomar consciência da necessidade de cuidar da natureza bem como de utilizar seus recursos de maneira responsável, para que a qualidade de vida das próximas gerações não seja comprometida. Logo, percebe-se o distanciamento desse ideal, visto que a ocupação urbana irregular e não planejada denigre o meio ambiente, principalmente os corpos d'água, uma vez que planícies de alagamento de rios acabam sendo ocupadas, o que traz consequências extremamente graves como as enchentes.       Sabendo, pois, das consequências sociais e ambientais do processo desorganizado de crescimento urbano, faz-se mister uma ação interministerial, contando com a participação do Ministério do Meio Ambiente e das Cidades, bem como do Governo Federal, com o investimento maciço em infraestrutura, a fim de dignificar as moradias situadas na periferia, e trazer o mínimo de qualidade de vida inerente à dignidade humana, mitigando a longo prazo os impactos negativos da periferização. A curto prazo, interessa haver o fomento às pesquisas universitárias que visem caracterizar as bacias hidrográficas com detalhes, a fim de fornecer informações suficientes sobre quais áreas podem ser habitadas de maneira segura, além do investimento em redes de drenagem eficazes. Dessa forma, os impactos sociais e ambientais da urbanização descontrolada serão minimizados com eficiência.