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Enviada em: 11/07/2019

Lima Barreto, em sua obra ''O Triste Fim de Policarpo Quaresma'', descreve uma distopia na qual relata as mudanças urbanas e segregação espacial do Rio de Janeiro, devido à má elaboração no planejamento. Entretanto, por ser um relato analista o livro parece refletir, em parte, a realidade atual, uma vez que os fatores dessa problemática estão relacionados com a falta de uma educação reflexiva com o meio ambiente e a imparcialidade governamental ao não aparar o indivíduo. Dessa modo, medidas sociopolíticas devem ser debatidas e compreendidas.          . Nessa circunstância, a educação de senso crítico é o fator principal no desenvolvimento de um país. Hoje, ocupando uma boa posição na economia mundial, seria racional acreditar que o Brasil possui um sistema de ensino eficiente. Contudo, a realidade é justamente o oposto, e esse contraste de desenvoltura é refletido na poluição da natureza. Sob esse âmbito, segundo o site UOL, justifica-se a realidade da desordem urbana, já que cerca de 55% do esgoto brasileiro é jogado no meio ambiente sem ser pensado nas suas consequências. Dessa forma, uma analogia com a educação libertadora proposta por Paulo Freire torna-se possível, uma vez que defendia um ensino capaz de estimular a reflexão e em seguida libertar o indivíduo da situação a qual encontra-se sujeitado, a imprudência.         Outrossim, ainda que a Constituição Cidadã assegure direitos imprescindíveis, faz-se primordial a fiscalização por parte das camadas sociais para um cumprimento efetivo de sua real função. Uma justificativa para esse policiamento, por exemplo, é a cautela para que não aconteça segregação socioespacial como no Rio de Janeiro. Nesse sentido, consoante a visão do filósofo John Locke, não é dever do Estado proteger o cidadão do mal causado a si mesmo, e sim defendê-lo do que possam fazer contra ele, visto que negar o dever do ''contrato social'' é, de fato, direcionar o gerenciamento à negligência. Dessa maneira, urge a necessidade de maior planejamento urbano e inclusão social, já que o pacto entre governo e indivíduo é assegurado pelo princípio isonômico, a igualdade.         Convém, portanto, medidas para reverter tal situação. Desse modo, é preciso da atuação mútua entre Estado, educação e população. A esfera maior, por meio do Ministério das Cidades, deverá investir na formação de núcleos urbanos planejados, criando projetos sustentáveis que possam estimular o desenvolvimento e o bem-estar. É imprescindível também, que a escola ofereça uma disciplina reflexiva, por intermédio de sua inclusão na Base Comum Curricular, causando impacto na construção coletiva. E a sociedade, por fim, necessita tomar conhecimento dessa problemática através de pesquisas autônomas para tornar-se o órgão regulador do meio. Assim, as consequências da ocupação urbana desordenada serão superadas.