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Enviada em: 25/08/2019

Remediação com ação sustentável.       Em seu livro, "A Peste", Albert Camus relata o cotidiano de uma cidade atingida pela peste bubônica, em que são ressaltadas a falta de saneamento associada ao excesso populacional. Hoje percebe-se que o descontrole na ocupação urbana pode trazer problemas ainda mais sérios que a disseminação de doenças, como a poluição ambiental e alterações climáticas. Com isso, surge a problemática da degradação ambiental  causada pela urbanização, intrinsecamente ligada à realidade do país, seja pela falta de manejo dos residentes nos espaços citadinos, seja pela precariedade de planejamentos urbanos sustentáveis.       É indubitável que a questão do excesso populacional está entre as causas do problema. Conforme estudos da revista Exame, até 2050 a parcela da população brasileira que vive nas cidades aumentará em 20%. Portanto, o que já é visto como um problema de alto impacto para a sociedade, principalmente devido às questões ambientais e de insalubridade,  deve ter uma atenção redobrada nos planejamentos futuros de grandes centros. Sistemas de esgoto, saneamento básico e coleta de lixo devem ser programas com vastas ampliações no futuro, a fim de evitar a disseminação de pragas e doenças.       Outrossim, pesquisas da Agência Europeia do Ambiente preveem que a quantidade de inundações, tempestades e ondas de calor tendem a aumentar com o crescimento das cidades. No Brasil, eventos como esses já são recorrentes em muitas cidades litorâneas com alto grau de industrialização, como São Paulo e Belo Horizonte. Dessa forma, projetos para a inserção de áreas verdes nas cidades, criando ambientes favoráveis à absorção do calor excessivo e escoamento da água devem ser incentivados.       Infere-se, portanto, que a urbanização é um fator prejudicial à sociedade brasileira quando não planejada previamente. Sendo assim,  cabe ao Ministério do Meio Ambiente, em conjunto com o Ministério da Infraestrutura, promover encontros com prefeituras e governos regionais para a discussão dos principais problemas das metrópoles, propondo soluções viáveis e sustentáveis para estes, como a ampliação de programas de saneamento básico e coleta de lixo, diminuindo, por conseguinte, a disseminação de doenças pela água. Ainda cabe ao Ministério do Meio Ambiente pressionar o Poder Legislativo a fim de ratificar a legalidade de cada estância do Brasil quanto a manutenção de suas áreas verdes, desse modo, as ondas de calor previstas podem ser refreadas e diminuídas, criando um ambiente favorável à preservação ambiental. Assim, poder-se-á transformar o Brasil em um país desenvolvido urbanamente, transfigurando um cenário muito diferente daquele descrito por Albert Camus.