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Enviada em: 28/06/2017

A explosão demográfica ocorrida na segunda metade do século XX submeteu o Brasil a um acelerado processo de urbanização. Todavia, com o desmoderado número de habitantes, as cidades tornaram-se insustentáveis e pequenas. A disparidade de renda é evidente como fator determinante para a ascensão social de um indivíduo. Esse processo desalinhado deu origem aos aglomerados subnormais, cuja distribuição territorial contribui para o aumento de condições precárias de moradia, bem como para riscos ambientais, como deslizamentos de terras.             Nesse contexto, a desigualdade social como razão para a divisão estrutural de uma cidade é vista também na literatura, como na obra "Capitães da Areia", de Jorge Amado. O autor retrata a miséria e a violência presentes no cotidiano de um grupo de crianças cuja moradia e condições de vida são contrastados com o restante da cidade. Dessa forma, é evidente que a precária situação reflete de maneira negativa à vida dos jovens e à própria comunidade, submetendo-se ao aumento do tráfico de drogas, da violência e de furtos, resultantes da carência do acesso à informação e da ação do determinismo, onde os indivíduos são influenciados pelo meio em que vivem.      De maneira análoga, a ocupação urbana desordenada causa também problemas de infraestrutura, especialmente às metrópoles, nas quais o crescimento é contínuo e rápido. Os impasses mais comuns são o trânsito inviável, a poluição, a carência de áreas verdes e as enchentes, além da concentração de melhores oportunidades de trabalho e de qualidade de vida nas regiões mais urbanizadas. Ademais, o aumento do contingente populacional exige adaptações nos meios citadinos, como a disponibilidade de metrôs, de hospitais públicos, de instituições de ensino e também de empresas privadas, como redes de supermercados, lojas e restaurantes.       Portanto, a fim de amenizar essas questões, habitantes de moradias localizadas em áreas de risco e inapropriadas devem ser realocados para conjuntos habitacionais verticais, criados pelo Governo Federal, haja vista a ausência de território suficiente. Além disso, faz-se necessária a contratação de arquitetos, engenheiros civis e urbanistas para o replanejamento de metrópoles, com o objetivo de recriar um ambiente integrado, acessível e que forneça oportunidades a todos.