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Enviada em: 25/07/2017

Enquanto nos países desenvolvidos a urbanização ocorreu de maneira lenta e organizada durante a Revolução Industrial, nos países em desenvolvimento isso só ocorreu após a Segunda Guerra Mundial, de modo rápido e descontrolado. Essa situação, que se concretiza a partir da falta de planejamento urbano, gera uma série de efeitos negativos, como o surgimento de periferias, a dificuldade no fornecimento de serviços e a consequente desigualdade social.   No Brasil, nos dias atuais, cerca de 85% da população mora em cidades, no entanto nem todos possuem o direito à cidade garantido, já que ela não fornece igualmente condições dignas de vida. Em virtude dos processos de especulação imobiliária e de gentrificação, em que famílias de renda mais baixa são expulsas desses lugares por causa da valorização de uma região, nascem as periferias e as favelas com habitações precárias e com excesso de moradores. Assim, há um déficit habitacional e a criação de zonas periféricas que corroboram com a violência urbana.    Ademais, o inchaço populacional tem como resultado direto o colapso no fornecimento de serviços básicos, como saúde, educação, segurança e infraestrutura, visto que o governo não está preparado para disponibilizá-los em um local com grande número de cidadãos. Logo, a ausência de planejamento e de preparo das cidades para receber os indivíduos desencadeia uma segregação socioespacial nos centros urbanos, em que os moradores da periferia carecem de uma boa qualidade de vida.    É evidente, portanto, a necessidade de medidas que mitiguem o impasse. Cabe ao Governo Federal regularizar moradias e investir em infraestrutura nas regiões periféricas já existentes a fim de minimizar desigualdades socioespaciais e possibilitar a melhoria de habitações, bem como criar programas sociais eficazes que permitam o desenvolvimento desses lugares. Cabe às Secretarias de Planejamento, por sua vez, organizar processos de valorização imobiliária sem que famílias de baixa renda sejam expulsas devido ao custo de vida dessas áreas, o que garante o direito à cidade e minimiza disparidades sociais.