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Enviada em: 30/07/2017

Resíduos sólidos acumulados. Problemas socioambientais. Inchaço populacional. Estes são alguns dos atuais problemas das cidades brasileiras. Tendo como causas o processo de urbanização acelerado pós Revolução Industrial; a falta de planejamento urbano e o reflexo histórico da ocupação desordenada ocorrida no período colonial, a ocupação urbana desordenada é um dos problemas que o Brasil, em pleno século XXI, foi convidado a administrar e resolver.        No clássico Raízes do Brasil, o historiador Sérgio Buarque de Holanda disserta sobre a relação entre o atual traçado urbanístico do país e o tipo de colonização empregada pelos portugueses no período colonial. Este fato tem relação com o interesse dos colonizadores em enriquecer com o Brasil, não se preocupando com instalações sustentáveis a longo prazo. O histórico urbano transcorreu os anos e se reflete nas atuais estruturas do país corroborando com a problemática.        Outro aspecto relevante foi à tardia industrialização no país, que só ocorreu, expressivamente, no final da II Guerra Mundial. Este contexto trouxe um contingente populacional sem precedentes às cidades provocando a macrocefalia urbana que, aliada a falta de planejamento das cidades, gerou uma diversidade de problemas sociais, econômicos e ambientais. Como exemplo, pode-se destacar: o deslocamento populacional e a ocupação urbana em periferias, principalmente devido ao processo de gentrificação; a poluição de rios e solos como consequência do manejo incorreto do lixo; além da dificuldade de mobilidade urbana, impactando a economia.        Nesse ínterim, medidas são necessárias para reverter este quadro preocupante no país. Convém, portanto, que, o Estado juntamente com as Secretárias de Habitação, promova um plano estratégico de reestruturação das cidades, garantindo acesso a equipamentos urbanos tal como saneamento básico e tratamento do lixo a todos. Cabe ainda a Secretária de Transportes, estruturação de um plano de mobilidade urbana a fim de diminuir o tempo produtivo perdido da população no trajeto casa-trabalho, diminuindo o impacto sobre a economia. Soma-se a isso, a importância da organização, por parte da população, de fóruns de debate sobre a problemática com o fito de propor soluções e cobrar ações do poder público, principalmente sobre os direitos previstos no Estatuto da Cidade. Sob tal perspectiva, poder-se-á reestruturar e melhorar as cidades garantindo a diminuição dos impactos da urbanização.