Materiais:
Enviada em: 29/04/2019

Em meados do ano de 2017, uma "brincadeira" de desafios ativou o sistema de alerta dos pais: a chamada "Baleia azul". Incitando crianças e adolescentes a ações preocupantes, esse jogo levou uma série de jovens a cometerem suicídios. Diante desse novo tipo de ameaça e de outros conteúdos agressivos, cabe o questionamento: até que ponto os pequenos disponibilizarão de extrema liberdade apenas para dar base ao discurso falacioso da invasão de privacidade?      É válido considerar, primeiramente, que a vida particular de crianças e adolescentes, quando se trata de tecnologia, em certa medida, deve ser desatendida. Para compreender tal constatação, convém contemplar o pensamento do sociólogo francês Pierre Bourdieu sobre o papel da família na socialização do indivíduo. Segundo o teórico, o contato familiar é responsável pelos "Habbitus primários", ou seja, é essa instituição que deve instruir e capacitar o ser para o convívio mais complexo deste com outros grupos. Nesse sentido, torna-se plausível o controle parental nas redes, dado que esse monitoramento faz parte de um processo educativo.      Admite-se apontar, além disso, essa medida como um metódo de prevenção. Contrariando esse pensamento, a série distópica Black Mirror representou o controle parental dos meios tecnólogicos no episódio "Arkengel", em 2017, de modo pessimista e catastrófico. É preciso ressaltar, contudo, que manter a vigilância dos passos dos pequenos nos smartphones e nos videogames está longe de ser um exagero. Prova disso, é a necessidade de se está atento aos riscos de fenômenos como a "Momo" e de conteúdos de base pornográfica, presentes livremente na plataforma do Youtube ou nas redes socias.       Fica claro, portanto, a urgência de se estabelecer limites ao acesso às tecnologias quando se trata de crianças e adolescentes. Para sanar essa exigência, as instituições de ensino podem trazer ao núcleo escolar a participação dos responsáveis, por meio de palestras e reuniões, as quais abordem a temática de modo didático e compreensivo. A fim de deixar claro a tais figuras o papel importante que elas exercem na vida de seus filhos. Ademais, o Senado, assim como tem feito em propagandas educativas no Instagram, também pode desenvolver uma publicidade voltada ao controle parental na tecnologia, buscando incentivar os pais a adotarem essa medida. Para, assim, contribuir com a efetividade desse cuidado.