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Enviada em: 13/06/2019

O controle parental relacionado ao uso da internet tem a intenção de proteger a criança a fim de que essa não entre em perigo ou não acesse sites indesejados, portanto para que não se faça uso de maneira inadequada das redes sociais. A tentativa de monitorar é reflexo de uma sociedade em que há ausência dos pais: trabalho árduo e demanda de muitas horas, a ausência da devida atenção ao filho e que inclusive contratam babás para o efetivo cuidado para com eles. Com isso, essa falta de presença gera a necessidade do controle da vida particular da criança, porém quando exacerbado limita a privacidade da criança.    Dessa maneira, o termo “paternidade-helicóptero” foi criado para designar pais e mães que sempre estão de olho nos seus filhos. Segundo estudos da Universidade de Minnesota, o comportamento superprotetor pode ser nocivo a eles, já que pode criá-los dependentes dos pais, incapazes de tomarem decisões próprias, inseguros e deslocados do mundo real. No livro “Clara dos Anjos”, é evidenciado a consequência da superproteção dos pais em relação à Clara, protagonista ingênua e indefesa que é o conflito com Cassi, devido à ausência de diálogo com os pais sobre os perigos e problemas mundanos. Sendo assim, pais que não aconselham e expõem a realidade para o filho, incluindo os perigos dos dispositivos tecnológicos, como pedófilos fingindo ser amigos ou cyberbullying, embora controlem excessivamente, tendem a falsificar o mundo enquanto os perigos existem e impedem com que a criança aprenda a ultrapassá-los e aprender a lidar com eles por si próprios.    De acordo com o “Código Civil pátrio”, o seu artigo nº 1.634 diz que “Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores: dirigir-lhes a educação e criação." Logo, precisa-se ensinar em vez de supervisionar cada passo da criança, principalmente quando o assunto é redes sociais, para que não se crie jovens indefesos e ingênuos, como Clara. Além de que monitorá-los tira a liberdade, sendo uma invasão de privacidade indesejada e, à medida que o jovem cresce e percebe o controle excessivo, há uma repulsa e a necessidade de fugir da inspeção dos responsáveis.    Portanto, cabe à família, pais ou responsável educar, dialogar, orientar evitando a invasão de privacidade e evitando os perigos que estão presentes nas redes sociais, já que conscientiza a criança e o diálogo possibilita que a criança conte caso algo "anormal" aconteça e esteja errado . De acordo com o site Dicas pais e filhos, “elas precisam estar cientes não apenas dos riscos, mas também sobre como manter um comportamento adequado quando se está atrás de uma tela”, e essa conscientização pode ser feita não só pelos pais como também pela escola, a qual deve fornecer palestras para as crianças tratarem a internet como algo inseguro e poderem lidar e reagir caso estiverem em perigo.