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Enviada em: 17/06/2019

Bússolas para selva digital     A Revolução Técnico-Científica-Informacional, iniciada na segunda metade do século XX, propagou inúmeros avanços no setor das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Embora esse cenário de modernização tecnológica tenha sido fundamental para democratização do acesso a ferramentas digitais e inclusão social, é notório que tal conjuntura é marcada pelo precoce consumo tecnológico por parte das crianças, possibilitando a discussão quanto ao controle parental. Nesse contexto, a reprodução de uma geração superficial, bem como os divergentes riscos oferecidos por tais ferramentas, confirma, de fato, a necessidade de uma intervenção parental como forma de prevenção.    A priori, é imperioso fomentar que a reprodução de uma geração cada vez mais superficial, sobretudo devido o contexto inserido, configura-se como pilar motivador do imbróglio. Sob a ótica do teórico da comunicação Marshall McLuhan “os homens criam as ferramentas, as ferramentas recriam os homens”. Nessa perspectiva, é perceptível que as crianças por sua pouca experiência e vulnerabilidade, são expostas a uma imposição viciosa presente na rede, tanto em jogos e filmes, como nas redes sociais. Com efeito, as relações interpessoais são, muitas das vezes, afetadas, e o comportamento influenciado por um âmbito individualista. Dessa forma, urge a prevenção social e, principalmente, familiar, quanto a presença de infantes nessa floresta impenetrável.                        Outrossim, os divergentes riscos propiciados pelo meio digital corroboram para perpetuação da conjuntura. Se por um lado a postura dos pais podem ser interpretadas como invasivas, por outro, são fundamentadas frete aos perigos da selva digital. Esse panorama se evidencia diante à estratégia de navegação elaborada para fornecer, por exemplo, ferramentas já prontas e, assim, mitigar o senso crítico dos usuários; além do possível desenvolvimento de patologias psíquicas, como hiperatividade e ansiedade.Desse modo, tal postura da família é imprescindível para garantir o bem-estar dos pequenos cidadãos, indo de encontro à máxima do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ao defender que a responsabilidade pelos direitos e harmonia das crianças é da família, corpo civil e Estado.    Depreende-se, portanto, que a Escola associada à família - como socialização secundária e primária - devem propagar a temática no ambiente familiar e estudantil, mediante a inclusão de módulos nas disciplinas de sociologia e filosofia que debatam acerca da Revolução-Técnico-Científica-Informacional. Isso poderá ocorrer com a alteração nas Diretrizes e Bases da Educação e, claro, participação parental ativa, com o objetivo de desenvolver, desde a infância, capacidade para agir "online", sem perigos. Poder-se-á, logo, orientar com a bússola da experiência, o melhor caminho para as crianças.