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Enviada em: 25/07/2019

Ao analisar os efeitos do uso de novas tecnologias sobre o público infantil, vê-se que é imprescindível o controle parental, pois o acesso indiscriminado deturpa e influencia o comportamento das crianças. No entanto, é necessário o repensamento da abordagem desse controle para que não se torne uma ameaça à privacidade e às características dessa geração de pequenos.     A utilização de métodos de proteção contra ameaças advindas do mundo digital não deve ser considerada como uma “porta aberta” para o ambiente privado da criança e sim como a manutenção da privacidade. O monitoramento sobre o conteúdo de acesso dos filhos na internet através de aplicativos de controle por faixa etária é uma ferramenta de prevenção à possíveis crimes de pedofilia via rede. Pois, segundo pesquisa da fabricante de antivírus Avast, 50% das crianças entre 3 e 6 anos têm acesso à conteúdo indesejado pelos pais. Todavia, apenas 17% dos pais realizam algum tipo de controle por ferramentas digitais, o que demonstra a vulnerabilidade a que essas crianças estão submetidas.     Por outro lado, toda criança precisa ter seu momento individual. Assim como disse Russeau que "O homem e produto do meio", a má gestão sobre o monitoramento e controle dos filhos no ciber-mundo pode resultar na formação de indivíduos receosos e não-autênticos. Os "olhos dos pais", certamente, são essenciais para a prevenção e combate aos malefícios online, porém a observação excessiva e consequente manipulação dos pais sobre as atitudes dos filhos, acarreta em desconforto para esses jovens. Pois o controle parental passa a ser distorcido, dando lugar ao conduzimento de uma personalidade diversa à da criança.     Por fim, medidas deverão ser tomadas para que os métodos de controle parental sejam amplamente divulgados e não invasivos. Dessa forma, os Ministérios da Justiça e das Tecnologias deverão promover campanhas de combate aos crimes cibernéticos que afetam a população infantil. Através da fiscalização e controle de sites e aplicativos propícios à propagação da pedofilia e à influência de comportamento, bem como, através de campanhas de conscientização e orientação para os pais, sobre uso adequado de ferramentas de controle e palestras de como cuidar sem invadir a privacidade dos filhos. Assim, o bom desenvolvimento das crianças e o ambiente privado sadio estarão garantidos na era digital.