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Enviada em: 18/04/2018

O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo e por isso as ações afirmativas são tão importantes e geram tantos resultados positivos. Embora seja claro os efeitos benéficos das políticas afirmativas, proporcionando mais diversidade aos espaços e menos desigualdade social, não fica claro para todos os motivos de existirem as cotas, que argumentam que não há necessidade pois “todos são igualmente capazes”. Sob esse aspecto, é relevante compreendermos o real legado que as políticas afirmativas impõe a sociedade brasileira.       É inegável que a abolição da escravidão tardia e sem meios de inserir os ex-escravos à sociedade acarretaram em consequências negativas até hoje, já que a população negra é minoria em escolaridade, no ensino público e em cargos altos em empregos. Portanto uma das principais pautas do movimento negro são as cotas, que conseguiram e vem conseguindo em diversas áreas, e no que tange a educação superior pode-se ver o saldo positivo. Uma pesquisa realizada por Jaques Wainer e Tatiana Melgizo demonstrou que os cotistas formandos tem desempenho igual ou superior aos seus colegas, o que evidencia que quem se beneficia das cotas tem seu sucesso por mérito, dada a chance.       Porém, há quem seja contra, alegando que isto fere o princípio de isonomia e não seria justo. Contudo, é muito pelo contrário, já que o Princípio Constitucional da Igualdade diz que deve-se tratar todos igualmente perante a lei e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades. E é o que fazem as ações afirmativas, reparando de maneira imediata injustiças históricas para com pobres, negros, mulheres, indígenas e quilombolas, para que no futuro todos possam estar a competir em pé de igualdade, sem alguns precisarem de ajuda para conseguirem uma vida digna na sociedade.       Em suma, é perceptível que a cota nas universidades é um avanço, rumo a almejada igualdade social no Brasil e á um futuro onde ela não seja mais necessária pois todos terão condições iguais. o que falta é mais compreensão por parte da sociedade quanto a isso, e esta conscientização pode ser feita através da escola, com o Ministério da Educação dando mais ênfase à história das minorias sociais em sua grade curricular nacional, para não restarem dúvidas da necessidade das políticas afirmativas no país.