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Enviada em: 03/05/2018

No século XIX, Dom João VI instituiu a primeira faculdade brasileira, a qual fora frequentada pela corte portuguesa e pelos filhos da oligarquia agrária. Sendo assim, nota-se que que as instituições de ensino superior brasileiras sempre tiveram um público-alvo: há 200 anos atrás, eram destinadas à classe alta do Brasil colônia, hodiernamente, o ensino superior persiste à mercê das elites. Logo, as cotas universitárias são necessárias para que aconteça a equiparação entre as classes sociais no ensino superior brasileiro.       A ausência da qualidade de ensino nas escolas públicas brasileiras é a origem da segregação social no ensino superior. Comprova-se isso pelo fato de que os discentes de instituições públicas possuem uma problemática exclusiva, as constantes greves do corpo docente, de modo que dão origem à defasagem das matérias do ensino médio. Por conseguinte, o ingresso ao ensino superior que deveria ser igualitário em questão de conteúdo escolar, acaba por separar ainda mais a educação pública da particular. Dessa forma, evidencia-se que as universidades persistem próximas aos alunos que frequentaram escolas particulares, assim, favorencendo a consolidação das elites no ensino superior brasileiro.       Ademais, a baixa valorização do professor por parte do governo ocasionou na decadência do ensino público. Uma prova disso está na hodierna situação em que os docentes brasileiros se encontram: salários demasiadamente baixos, que geraram greves e consequemente os déficits na educação pública. Além do mais, é notável que a problemática da qualidade do ensino governamental não pode ser resolvida em um curto período de tempo, no entanto todas as classes sociais devem ingressar no ensino superior, pois, as defasagens educacionais ocasionadas pelo Estado não podem favorecer a persistência das classes altas como grupo-alvo das universidades.       Portanto, com a finalidade de equiparar o ingresso de toda sociedade no ensino superior brasileiro, medidas devem ser tomadas. O Ministério da Educação deve acrescentar à educação pública períodos integrais ao horário letivo, com o propósito de preparar os alunos para o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) através de aulas específicas sobre as competências e habilidades do exame. Além disso, é relevante que o governo negocie uma parceria público-privada com uma empresa de cursos pré-vestibulares online, a fim de que esses cursos proporcionem contéudo educacional gratuito para alunos das instituições públicas em troca de propagandas governamentais relacionadas ao curso em questão. Por fim, a problemática da inclusão igualitária nas universidades brasileiras será atenuada com a associação das aulas direcionadas ao ENEM e os cursos pré-vestibulares gratuitos.