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Enviada em: 06/05/2018

A verdadeira desigualdade             A Carta Magna brasileira em seu artigo 3º, IV, define como um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: "promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação". Como política afirmativa para resgatar àqueles que ao longo da história foram discriminados, é que o governo criou o sistema de cotas raciais em universidades públicas para negros e índios.              Essa política, no entanto, tem sido muito criticada por vários motivos. Primeiramente, pela falta de critérios objetivos que definem quem tem direito à cota ou não. Atualmente, um dos critérios de avaliação é feito através uma entrevista em que se verifica a pigmentação da pele e então o entrevistador julga se o candidato tem direito à cota. Essa subjetividade foi comprovada, por exemplo, em uma ação judicial em que dois irmãos gêmeos e univitelinos ao passarem pela entrevista, um foi considerado negro e o outro não.                   Outro ponto motivo de críticas, é que o sistema de cotas ao tentar resolver um problema de desigualdade étnica está na verdade causando uma injustiça social. Isso porque a falta de ensino médio de qualidade em escolas públicas capaz de preparar o aluno para entrar em universidades públicas, não é um problema enfrentado apenas pelos negros, mas de todos que estão na sala de aula, atingindo assim toda a população desfavorecida financeiramente. Nesse sentido, é injusto apenas os negros terem direito às cotas e os brancos, que estão nas mesmas condições não.                   Diante do exposto, o governo deve suprir as desigualdades sociais em detrimento das raciais. Ter acesso à educação superior é um bom começo, mas do que adianta um negro frequentar uma universidade e não ter o que comer em casa?  Nada. As políticas afirmativas precisam reduzir a falta de oportunidades e estas não se encontram só na educação, mas também em moradias, alimentação, e saúde de qualidade. Só assim, o governo estará promovendo o bem de todos, sem qualquer tipo de preconceito.