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Enviada em: 17/05/2018

A utilização de cotas em processos seletivos tem como principal objetivo estimular a inserção, em universidades, de classes sociais historicamente desfavorecidas. Porém, esse processo acaba soando de forma contraditória, tendo em vista que o mesmo reafirma preconceitos e diferenciações enraizados na sociedade.   Ao analisar de forma simples e parcial, percebe-se um relativo aumento na quantidade de negros em universidades após a implementação das cotas, entretanto, isso não significa um claro progresso no combate ao preconceito. Com uma visão mais aprofundada, nota-se uma intensificação ainda maior na ideia de distinção social, educacional e intelectual criada entre as classes, tendo em vista que a disputa por vaga deixa de ser feita de forma igualitária e migra para o aspecto étnico.  O ataque feito pelo governo e pelas universidades não atinge as causas do preconceito, sim, suas consequências. Negros não possuem bom acesso a educação básica, passam diariamente por situações extremamente depreciadoras e ganham cada vez menos oportunidades no mercado de trabalho. Isso acaba por limitar sua capacidade e a de seus descendentes de desenvolver sua plenitude intelectual, limitando-os a usar um sistema de cotas ainda mais descriminante.   Considerando tudo que foi exposto, percebe-se a necessidade de investir de forma emergencial em educação. Ao MEC, fica a missão de democratizar o ensino desde a educação básica, capacitando todas as classes sociais de forma igualitária e garantindo, assim, uma justa disputa no futuro. No aspecto social, cabe uma maior fiscalização e punição por parte do estado, visando coibir atitudes racistas e que depreciem a integridade física e\ou psicológica de determinado cidadão.