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Enviada em: 18/05/2018

De um lado, escolas particulares altamente estruturadas com professores especializados e bem remunerados munidos de ferramentas pedagógicas de última geração convergindo para uma educação de qualidade. De outro, professores mal pagos e desestimulados, com pouca ou nenhuma estrutura de trabalho, equipamentos sucateados e aulas improdutivas. É gritantes a diferença entre essas instituições, e uma saída do governo para tentar compensar os alunos da rede pública, foi a criação de ações afirmativas que "facilitaram" o ingresso desses estudantes em faculdades públicas.  Em primeiro plano, parte-se do pressuposto de que as cotas foram instituídas com o fim de incluir jovens financeiramente  desbastados, marginalizadas e vítimas de um capital cultural segregacionista que é sustentado por uma herança escravagista. No entanto, a real finalidade desse mecanismo é tentar mascarar uma pífia e falida educação pública que acaba por atrasar o desenvolvimento acadêmico desses jovens, e consequentemente a sua qualificação profissional.  Consoante à isso, o pensamento  Kantiano de que o homem é produto da sua educação é o melhor retrato para as mazelas que existem no país relacionadas ao atual sistema de ensino. Ainda que o sistema de cotas seja algo que muitos julgam ferir a idéia de meritocracia, ele aumentou mesmo que pouco o percentual de alunos de escola pública em faculdades publicas e privadas. Cerca de 20% das vagas desses concursos são reservadas à ações afirmativas relacionadas à renda, rede de ensino, participação de grupos étnicos e cor da pele. É difícil considerar o que é justo ou injusto, uma vez que, um país que apresenta tamanha miscigenação como o Brasil depender de cotas raciais para garantir um dos direitos básicos da nação que é a educação. Pelo exposto conclu-se que, ações afirmativas são mecanismos com fim de garantir um direto que é fundamental e que todos deveriam ter acesso : a educação. Fica evidente a incompetência do Estado em garantir uma educação e formação de qualidade para os jovens que dependem dessa assistência. A atuação do Estado deve ser no melhoramento da rede pública de ensino médio e fundamental a priore,  com uma maior valorização e capacitação dos profissionais que atuam nessa esfera ( professores e coordenadores ), maior investimento na parte estrutural dessas instituições e a garantia de outros direitos que se estenda a família de modo geral, como saúde e segurança. Por fim, é necessária a participação de cada cidadão nesse processo para que se faça jus ao pensamento de Kant, de que o homem seja produto da educação e não a educação se torne produto do homem e seus interesses pessoais.