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Enviada em: 04/06/2018

A assinatura da Lei Áurea, em 1888, pela Princesa Isabel, libertou os negros da escravidão, todavia ela não foi acompanhada de uma inclusão social. Os escravos recém libertados foram forçados a viver isolados, morar nos subúrbios, submeter à subempregos e até mesmo à mendicância. Nesse contexto, o preconceito e a exclusão foram construídos e incorporados à sociedade brasileira. Dessa forma, faz-se necessária a adoção de meios para minimizar esta injusta desigualdade de oportunidades, como as cotas nas universidades, que são importantes ferramentas garantidoras de inclusão social.       Precipuamente, é notório que os negros não possuem as mesmas oportunidades que outras etnias. Há poucos negros que ocupam posições de prestígio social e que possuem um bom salário. A esmagadora maioria vive em situações delicadas, sem grandes expectativas de mudança. No mercado de trabalho, pretos e pardos enfrentam mais dificuldades na progressão da carreira, na igualdade salarial e são mais vulneráveis ao assédio moral, afirma o Ministério Público do Trabalho. Nesse cenário, as cotas nas universidades são essenciais para mudar tal panorama. Incluindo a população negra no ensino superior, certamente, a longo prazo, a desigualdade poderá reduzir. Tal fato é evidenciado pela pesquisa "A distância que nos une - Um retrato das Desigualdades Brasileiras" da ONG britânica Oxfam que afirma que apenas em 2089, daqui a pelo menos setenta e um anos, brancos e negros terão uma renda equivalente no Brasil.       Sob o mesmo ponto de vista, as cotas estão transformando progressiva e gradualmente a sociedade. O número de negros nas faculdades nunca fora tão expressivo. Anteriormente, de acordo com o IBGE, em cursos de Medicina e Direito, por exemplo, os negros não representavam nem 5% dos graduandos. Após as políticas das ações afirmativas, a sociedade vai se acostumando em ver, cada vez mais, negros em meios, que outrora, eram hegemonicamente de indivíduos brancos. O número de negros nas faculdades dobrou nos últimos dez anos. Dessa forma, o paradigma e o preconceito, enraizados na sociedade, tendem a ser superados.        Portanto, as ações afirmativas são fundamentais para o processo de inclusão e igualdade para os negros. O governo federal, em parceria com os órgãos responsáveis, deve ampliar as cotas raciais, incluindo não somente cursos de graduação, mas também concursos públicos e representação politica.  Por conseguinte, a nomeação de ministros e cargo importantes, obviamente pautados no mérito, são maneiras interessantes para aumentar a representatividade dos milhares de negros oprimidos e excluídos historicamente.