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Enviada em: 08/06/2018

Precipuamente, deve-se levar em consideração que o Brasil foi o último país da América a abolir a escravatura. Tal fato foi consumado em 1988 através da Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel. De maneira análoga, o revolucionário socialista Karl Marx disse que a história de todas as sociedades é a história da luta de classes, evidenciando que as diferenças sociais são problemas arcaicos. Assim sendo, as cotas universitárias são a melhor maneira de inclusão sociocultural no ensino superior, sobretudo para negros, cujos antepassados foram vítimas da escravidão.   A priori, o avanço para a redução das desigualdades vigentes no país se deu principalmente através do sistema de cotas, pois a educação é a base de toda sociedade. Tais cotas são destinadas à pessoas que cursaram o ensino médio em uma rede pública, que possuem baixa renda familiar ou pertencentes a grupos étnicos específicos. A posteriori, o preconceito sofrido pelas mais diversas minorias ainda se faz presente e é intensificado pela desigualdade de oportunidades. Logo, o acesso facilitado ao ensino superior é a maneira com a qual o Governo Federal busca equilibrar as discrepâncias presentes nas universidades.   Indubitavelmente, a escravidão que vigorou no Brasil do século XV ao XIX deixou um legado nocivo. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) existem cinco raças no Brasil: branca, negra, parda, indígena e amarela. Além disso, cerca de sessenta por cento da população carcerária é constituída por negros, destacando uma relação socioeconômica de desigualdade, herdada dos próprios escravos. O polímata Rui Barbosa disse: "A escravidão do negro é a mutilação da liberdade do branco", salientando que a desigualdade é prejudicial para a sociedade como um todo. As cotas raciais visam principalmente uma maior inclusão de negros nas universidades, pois tais pessoas tendem a ser mais expostas à violência e ao racismo, ainda presentes em grandes taxas no país. Posto isso, o acesso de negros ao ensino superior fornece uma ampliação de oportunidades, diminuindo assim os encarcerados negros, a violência e o racismo.   Por conseguinte, a ampliação do sistema de cotas se faz necessária, fornecendo moradia, alimentação e auxílio transporte para pessoas carentes, além da criação de novas cotas para outras minorias. O Governo Federal deve subsidiar essa extensão, juntamente com os governos estaduais, que seriam responsáveis pela regulamentação e fiscalização. Os beneficiados seriam entrevistados anualmente para a correção de problema e prevenção de possíveis fraudes. A longo prazo, o acesso ao ensino superior seria mais democrático e menos excludente, proporcionando assim um maior desenvolvimento educacional e uma maior igualdade de oportunidades para todo brasileiro.