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Enviada em: 27/07/2018

As vantagens sociais do Iluminismo propuseram um avanço da burguesia. Entretanto, a Lei Áurea, de 1888, mesmo fundamentada nestes princípios, não garantiu aos escravos libertos uma condição de isenção nos privilégios culturais. Na atualidade, ainda se verifica esse retrocesso pela ausência de minorias em universidades, urgindo-se o uso das cotas, em conjunto com melhorias no ensino público, para a reconstrução igualitária da educação no Brasil.      Mormente, a pobreza e ausência de perspectivam condicionam o jovem totalmente ao trabalho. Em virtude da necessidade de auxílio financeiro à família, o projeto de capacitação universitária é abandonado pela dificuldade de adentramento e manutenção de despesas, justificando a reserva das vagas. Carolina de Jesus, em seu livro 'Quarto do despejo', relata que em  vidas marginalizadas pela miséria, a fome é um empecilho à vontade de estudar. Mediante estes fatos, as cotas devem coexistir juntamente a programas de apoio financeiro aos universitários.      Ademais, o sistema público de educação e suas divergências impedem a aprendizagem em nível básico, dificultando a visualização do nível superior. O empoderamento de movimentos de representatividade nas mídias possibilitou a cobrança por estas minorias de medidas governamentais. Segundo a música ' Cota não é esmola', de Bia Ferreira: "Preto e pobre não vai pra USP", refletindo a necessidade de ensino de qualidade para alcance de instituições privilegiadas junto à medidas de reparo das mazelas de meritocracia.        À luz destas considerações, o exemplo da adoção de cotas pela USP- Universidade de São Paulo- em 2018, representa o desenvolvimento de políticas como oportunidade de cidadania. É dever do Estado, através de investimentos no Ministério da Educação, melhoramento das redes de ensino com renovação de estruturas escolares e projetos de leitura com a finalidade de alcance da qualidade de ensino que possibilitem traços de igualdade. De resto, para a continuidade de ações afirmativas sociais, e apoio dos estudantes em situação de vulnerabilidade, a UNE- União Nacional dos Estudantes- deve mobilizar-se em grupos escolares e mídias para a divulgação da necessidade de cotas, permitindo a conscientização da população para o desenvolvimento justo da educação nacional.