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Enviada em: 09/08/2018

Negros. Escola Pública. Baixa renda. São algumas das modalidades no sistema de cotas utilizado pelo SISU, plataforma que organiza as inscrições nas universidades federais e estaduais. Entretanto, tal modelo faz emergir diversos debates sobre meritocracia, desigualdade racial e social, além do preconceito e questões de gênero. Assim, no formato atual, o sistema de cotas é uma maneira de diminuir a qualidade do ensino às custas de uma diversidade no campus acadêmico.       De modo geral, a principal função de uma faculdade não é o diploma, mas a formação de um conhecimento sólido e que deve ser aplicado ao mercado de trabalho ou para fins acadêmicos. Segundo Aristóteles, no livro Metafísica, "é natural do ser humano o desejo de conhecer". Entretanto, a maioria não possuí o desejo de conhecer e nem mesmo percebe isso. Recentemente, no portal G1, foi postada uma nóticia que se referia a uma estudante que passou em primeiro lugar na USP, mas que sofria bullying por ser inteligente. Assim, independente de cor ou de classe social, é necessário ter inteligência para entrar em uma faculdade pública e não um fenótipo específico ou condição financeira. Não são raros os casos de filhos de empregados de baixa formação acadêmica, que independente de sua condição, conseguiram suas vagas através do estudo. De forma geral, o sistema de cotas não fomenta a inclusão de indivíduos interessados no saber, mas no diploma e no cargo.       Além disso, o sistema de cotas cria uma ilusão de igualdade. Por exemplo, o curso mais concorrido do país que é o de medicina, possuí notas de corte consideravelmente mais baixas para cotistas, em média de 720 pontos, se comparadas com as médias de estudandes de ampla concorrência que são em torno de 780. Quando comparadas, é impossível que um estudante cotista não se sinta inferior intelectualmente. Mas também, é possível uma sensação de desprezo dos que foram de ampla concorrência com os que foram cotistas. Mas também, é possível que a sociedade aumente o preconceito contra os cotistas, já que obtiveram notas mais baixas, ou seja, há a possibilidade de serem profissionais piores.       Portanto, a Lei de Cotas é uma maneira de não incentivar os estudos e aumentar os preconceitos já existentes. Desse modo, é necessário uma abolição desse sistema, para reformular a cultura acerca dos estudos. Mas também, é importante que haja um sistema de suporte aos estudantes de baixa renda, já que provado o seu valor intelectual, é necessário que o Estado dê bolsas de moradia e alimentação a estes estudantes. Através disso, o governo pode favorecer a igualdade econômica e racial (já que é provado que negros e índios possuem, em sua maioria, uma menor condição financeira).