Materiais:
Enviada em: 11/08/2018

Brasil. Um país em que a desigualdade social se confunde com seu nome, um país em que se oferece escassas oportunidades para os desvalidos, prejudicados pelos desdobramentos históricos e cujo infortúnio os fizeram nascer pobres e os depararam com limitantes oportunidades. Em vista disso, mostra-se bem necessário o oferecimento de cotas pelas universidades, haja vista a diferença entre o desempenho das escolas privadas e das escolas públicas, sendo essas últimas a única opção dos menos favorecidos. Ademais, é preciso se colocar sob o véu da ignorância.       Em primeiro plano, faz-se eloquente lembrar o ranking de escolas de acordo com o desempenho de seus alunos no Enem que era divulgado pelo Inep. O mesmo estava servindo como propaganda para as instituições privadas de elite que ocupavam as primeiras posições em todas as edições do aludido ranking. Já as públicas, nunca ocuparam as primeiras páginas. Desse modo, expunha-se a inferioridade do nível de aprendizagem oferecido pelas instituições públicas de nível médio e desde a última divulgação nenhuma medida política efetiva que visasse a equidade educacional foi adotada. Entretanto, como oferecer oportunidades aos mais pobres sem condições para arcar com os custos de uma instituição de ensino privada?       Desse modo, torna-se bem lembrada a teoria de justiça de John Rawls. Para o filósofo, a fim de se conceber uma ideia de justiça, faz-se necessário colocar-se sob o véu da ignorância na posição original. Tal posicionamento consiste em sem abstrair de todos os privilégios adquiridos e conhecidos após o nascimento e racionalizar o que é justo, independente da posição em que o ser venha ocupar no mundo. Segundo Rawls, a equidade de oportunidades é o único caminho para justiça. Portanto,  de forma consoante, um país justo ofereceria as mesmas oportunidades de educação para seu vasto povo, sem qualquer discrição, assegurando-os do malogro do acaso.       Por conseguinte, urge o oferecimento de cotas pelas universidades públicas para que os menos favorecidos tenham também acesso a educação superior de qualidade, assim como se mostra necessário uma ação por parte do Ministério de Educação para aprimorar o ensino público de nível médio e fundamental, de forma que eles possam oferecer as mesmas oportunidades oferecidas pelas instituições privadas. O ministério deve priorizar a adoção de um acervo bibliotecário de qualidade, vasto e atualizado, estender o tempo de aula, aprimorar as estruturas escolares, oferecer bolsa escola aos necessitados, a fim de evitar possíveis evasões. Dessa forma, o Brasil poderá ver no futuro um país mais justo, onde as mesmas oportunidades são ofertadas a todos e o infortúnio não seja a sentença limitante de ocultos potenciais e nem mesmo as cotas mais necessárias.