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Enviada em: 01/10/2018

Na mitologia grega há a história de Sísifo, homem que foi condenado por Zeus a rolar uma pedra enorme ladeira acima pela eternidade. Sísifo chegava ao topo da montanha todos os dias, porém era vencido pela exaustão e a pedra voltava ao início. De forma análoga, muitos jovens brasileiros são vencidos diariamente pelo cansaço na luta para ingressar em uma universidade por conta dos empecilhos, como ensino precário, falta de oportunidades e preconceitos. Nesse sentido, convém analisarem-se as causas de tal postura negligente para os jovens brasileiros.   Segundo a Teoria do Habittus de Bourdieu, a sociedade incorpora ideologias que lhe foram impostas, as normaliza e depois as reproduz ao longo do tempo, até que outra seja novamente imposta. Um grande exemplo dessa teoria é o racismo, o qual foi normalizado por muitos anos no Brasil e no mundo, contudo, mesmo após a abolição da escravatura em 1888 a população continuou a reproduzi-lo. O que se tornou um grande desafio para a população negra ascender socialmente, pois muitas pessoas de periferias e bairros populares são negras, resquícios das negligencia do Estado com os negros desde o Período Colonial. Tendo isso em vista, as cotas raciais são essenciais no atual cenário brasileiro, para que futuramente não haja mais desigualdade racial, pois todos tiveram oportunidades.   Além disso, de acordo com o site Veja, a maioria dos alunos da rede pública de ensino após se formarem vão para universidades particulares, pois sua entrada é mais fácil do que universidades públicas, já alunos da rede privada seguem para universidades públicas. Assim sendo, fica-se claro que o ensino público está defasado, dificultando a meritocracia estudantil, uma vez que esses estudantes não estão preparados para competir com pessoas que tiveram um ensino mais aprofundado e correto. Sendo assim, cotas da rede pública são essenciais para que haja justiça educacional nos vestibulares.   Faz-se, portanto, necessária adoção de medidas que solucionem esse impasse. O Ministério da Justiça deve mover fundos monetários dos impostos pagos pela nação, para o Ministério da Educação (MEC), para que através desse dinheiro o MEC possa investir na educação pública brasileira, por meio de maior fiscalização sobre as matérias ofertadas aos estudantes, as quais devem seguir a grade de ensino proposta pelo MEC. Tal fiscalização será realizada mensalmente em todas as escolas da rede pública, na qual os diretores das instituições deverão apresentar dados (atividades, média dos alunos e cronograma das matérias) comprovando a eficácia do ensino, para que as cotas de escola pública não sejam mais necessárias a longo prazo, pois todos terão ensino de qualidade. Ademais, as grandes mídias devem passar em horário nobre de televisões e rádios, comerciais sobre a importância da igualdade racial, para que as cotas raciais também não sejam mais necessárias.