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Enviada em: 02/11/2018

“Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda.” A declaração de Paulo Freire, educador, pedagogista e filósofo brasileiro do século XX, permite-nos refletir sobre como a necessidade das cotas como ação afirmativa, representa um desafio a ser enfrentado de forma mais organizada pela sociedade brasileira. Nesse sentido, pode-se evidenciar não só a ausência de uma educação pública de qualidade mas também a desigualdade social, como agravantes dessa problemática.      Primeiramente, é possível ressaltar que as cotas foram implementadas com o intuito de suprir a defasagem do ensino das escolas públicas. Em vista disso, a Lei nº 12.711 foi sancionada como uma forma de democratização do acesso à instituições federais, demonstrando uma preocupação imediatista com quem não teve acesso a uma educação com um alto nível de ensino. Todavia, ações afirmativas são mecanismos temporários para erradicar as desigualdades, sendo inadmissível, que o governo utilize das cotas como uma "solução" definitiva para os problemas sociais.       Sob esse viés, a pobreza reflete de maneira significativa no que tange ao ingresso em universidades por estudantes de baixa renda. Nessa continuidade, segundo dados do Datafolha, o Brasil é extremamente pobre, cerca de 46% da população sobrevive com uma renda familiar de até 1356 reais. Isso demonstra, infelizmente, que nem todos tem as mesmas condições de se preparar para um vestibular, levando em consideração o caos do ensino público, concorrer com estudantes de escolas privadas seria uma grande injustiça.       A realidade exposta por Freire, é ainda um fator atual, é urgente a melhora na qualidade do ensino no Brasil e na qualidade de vida da população, com uma distribuição de renda mais igualitária em que ações afirmativas não serão mais requisitadas. Logo, é necessário que o Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, implemente medidas mais democráticas que assegurem a equidade em concursos: instaurando uma matriz educacional igualitária para todos os estudantes do Brasil e também o incentivo financeiro para que esses jovens concluam seus cursos. Espera-se, com isso, não só minimizar as desigualdades intelectuais mas também acabar com a necessidade da aplicação de ações afirmativas no Brasil.