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Enviada em: 11/02/2019

Durante as reformas do Rio de Janeiro, no governo de Rodrigues Alves, a população de cortiços cariocas foi despejada, de maneira que buscaram abrigo em locais impróprios, como morros. Ou seja, não só a moradia adequada ficou restrita à população de alta renda, mas também serviços básicos como educação e saúde, efeitos que existem até hoje. Dessa forma, as cotas de ingresso nas universidades para estudantes de escolas públicas devem ser utilizadas como uma medida paliativa, até que o governo reestruture o ensino do país, visando a igualdade.           Em primeiro lugar, muitas vezes por não entenderem a realidade dos alunos do meio público, a qual apresenta grande disparidade em relação às escolas privadas, pessoas elitizadas veem como injustiça o benefício das cotas, ou até mesmo uma forma de preconceito que alega a incapacidade dos estudantes. Dessa forma, o retrocesso não está no uso das vagas, mas sim na crença utópica de que a desigualdade social não é tão evidente no Brasil.        Além disso, há exceções que, mesmo compreendendo tal discrepância, distribuem comentários preconceituosos aos usufruidores. Nesse sentido, como afirmou o sociólogo brasileiro Florestan Fernandes, há uma falta de cultura cívica no Estado, tendo em vista que essa população não busca um bem geral, a igualdade, mas sim manter as suas vantagens sobre outras classes, algo histórico e contínuo.               Portanto, medidas são necessárias para combater efetivamente a situação, tais como o Ministério da Educação continuar oferecendo as cotas, todavia, simultaneamente passar a promover mudanças na base da educação brasileira, como maior treinamento e fiscalização de qualidade dos professores públicos, além de investir em um material didático coerente com os níveis das provas de vestibulares, de maneira que, em um futuro não tão distante, as cotas possam ser desligadas e o Brasil ter uma educação mais acessível.