Enviada em: 01/05/2019

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela ONU, em 1948, garante a todos os indivíduos o direito à educação e ao bem-estar social. Diante disso, o sistema de cotas nas universidades foi criado para diminuir as desigualdades étnicas e socioeconômicas que assolam determinados grupos desde a escravidão. Ainda que contrariadas, é inegável que as cotas permitem a inclusão e ascensão de minorias. Desse modo, é necessário que o governo continue a investir no sistema de cotas. Ademais, cabe às universidades mostrarem a importância de tal sistema à sociedade.  Inicialmente, é fundamental compreender o motivo para o uso de cotas: a desigualdade social. Um dos principais exemplos de países afetados por esse problema é o Brasil. Por ter sido o último país a abolir a escravidão, ainda carrega grandes marcas, como a discrepância entre classes, além de diversos tipos de discriminação. Consequentemente, a parcela da população de menor prestígio social frequenta às escolas menos qualificadas, o que contribui para a perpetuação das diferenças entre as classes. Em contrapartida, com a utilização das cotas, as minorias, compostas por negros, indígenas e pobres, passaram a ter oportunidades de ocupar lugares antes só atingidos por brancos e ricos, o que favorece a interação entre os grupos.  Além disso, embora haja uma parte da população contrária ao uso de cotas e que acredita que a inserção de estudantes menos preparados nas universidades prejudicará a qualidade do ensino superior, estudos feitos pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pela Universidade de Campinas (Unicamp) apontam que os alunos cotistas apresentam melhor desempenho médio do que os demais universitários. Segundo dados da pesquisa feita pela Uerj, em 2003, 49% dos alunos que utilizaram cotas obtiveram aprovação em todas as disciplinas no primeiro semestre do ano, enquanto os que entraram pela ampla concorrência representaram 47%.  Infere-se, portanto, que as cotas nas universidades representam uma solução parcial para as desigualdades étnicas e socioeconômicas que afetam as minorias. Desse modo, é necessário que o governo, enquanto não for possível oferecer as mesmas oportunidades a toda a população, continue a investir no sistema de cotas, visto que esse permite a ascensão social de negros, indígenas e pobres. Além disso, é fundamental que as universidades mostrem, por meio de palestras, a importância das cotas para a inclusão. Assim, as desigualdades entre as classes sociais poderão ser superadas.